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Seleção olímpica aproveita falha do goleiro e vence EUA em Brasília

Luan, atacante do Grêmio e da seleção olímpica, comemora gol marcado contra os EUA  - ADALBERTO MARQUES/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
Luan, atacante do Grêmio e da seleção olímpica, comemora gol marcado contra os EUA Imagem: ADALBERTO MARQUES/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

13/10/2014 20h51

A seleção olímpica, time formado por jogadores sub-21, fez um teste equilibrado contra o time sub-23 dos Estados Unidos, e soube aproveitar-se das chances que teve.

Com um gol de Luan após falha bizarra do goleiro rival, o time comandado por Alexandre Gallo venceu o amistoso realizado nesta segunda-feira no estádio Mané Garrincha, em Brasília, por 3 a 0 – Douglas Coutinho e Vinicius Araújo completaram o marcador.

O placar não diz o que foi o jogo, que foi bem equilibrado.

O lance-chave da partida aconteceu logo aos 3 minutos do primeiro tempo. Depois de um recuo do zagueiro, o goleiro Cropper tentou dominar e deixou a bola escapar. Atento, o gremista Luan chegou rápido à bola, deu um drible da vaca no rival e tocou para o gol vazio.

Foi a jogada que definiu uma partida bastante disputada, em que os EUA buscaram o empate a todo momento e seguravam bem o Brasil na defesa. Somente na etapa final, quando os rivais mostravam sinais de cansaço, a seleção ampliou, com Douglas Coutinho e Vinicius Araújo.

A vitória é importante para o time que servirá de base para os Jogos Olímipcos de 2016, no Rio.

Ainda que a diferença dessa vez tenha sido de apenas dois anos de idade, o teste foi mais duro e mais importante que o de sexta passada, quando o time ganhou da Bolívia profissional por 3 a 1, em Cuiabá.

Fases do jogo: Qualquer planejamento dos dois técnicos foi abalado pelo gol de Luan, que deu ao Brasil o melhor começo possível.

A vantagem ajudou, mas não garantiu tranquilidade ao Brasil, que teve dificuldade de criar jogadas coletivas. As melhores chances verde-amarelas no primeiro tempo, por exemplo, foram com Talisca e Ademílson após lances individuais. Foi só no segundo que Fabinho aproveitou uma tabela na entrada da área para chutar mal.

Os EUA, em compensação, atacaram com mais organização. Como o Brasil, apostaram em uma efetiva marcação na saída de bola. Ao contrário do Brasil, no entanto, conseguiram encontrar falhas no sistema defensivo alheio, aproveitando que Dória e Wallace deixavam muitos espaços no meio da área.

Ainda assim, o time visitante não conseguiu empatar. Foram pelo menos três chances claras desperdiçadas, o que deu tranquilidade ao Brasil para continuar tentando à sua maneira. Quando os EUA já davam sinais claros de cansaço, Douglas Coutinho aproveitou-se de cruzamento de Vinicíus Araújo e fez de cabeça.

Minutos depois, Felipe Gedoz fez jogada pelo meio e lançou Vinicius Araújo, que tocou na saída do goleiro Cropper e fez o dele, completando o marcador. 

Melhor: Luan. Atacante gremista aproveitou-se com inteligência do lance mais decisivo do jogo, aliando atenção a categoria para roubar a bola do goleiro antes de marcar o gol. Morris e todo o sistema defensivo norte-americana também merecem lembrança.

Pior: Cropper. O time sub-23 dos Estados Unidos mostrou uma organização invejável em campo, com uma marcação ajeitada e muita agilidade na transição para o ataque. Tudo isso, porém, foi comprometido com um erro bobo do goleiro logo no comecinho do jogo, que comprometeu o placar do confronto.

Chave do jogo: Falta de pontaria dos EUA. Mais experiente, melhor armado na defesa, time norte-americano criou pelo menos três chances claras de gol. No primeiro tempo, Morris pisou na bola dentro da pequena área, sozinho. No segundo Mario Rodriguez furou na marca do pênalti e depois passou vergonha ao tentar um toque de letra, sem sucesso, debaixo das traves.

Para lembrar:
Quase uruguaio:
Felipe Gedoz completa sua primeira passagem como primeira opção do banco para o meio-campo. Com a bola nos pés, construiu bons lances e deu uma assistência. Sem ela, soube ocupar melhor o setor que seus pares sem ela. Dono de nacionalidade uruguaia, ele estava em dúvida sobre qual seleção defenderia e faz parte do projeto de Gallo de “resgate” de novos Diego Costa.

Tab Ramos: O técnico dos EUA é um velho conhecido dos brasileiros. Volante nos tempos de jogador, ele ganhou notoriedade na Copa de 1994, quando defendeu a seleção norte-americana e levou uma violenta cotovelada de Leonardo no duelo com o Brasil nas oitavas daquele ano.

Pausa para sub-21: Segundo a Folha de S. Paulo, o time olímpico (ou ao menos parte dele) terá folga até o fim do ano, já que a CBF não fará amistosos com a equipe na data Fifa de novembro, a última de 2014. A ideia é poupar clubes brasileiros irritados com as convocações.