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"Reclamão", Cássio flerta com faceta de líder em meio a críticas

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 10h00

Cássio chegou ao Corinthians para ser terceiro goleiro e virou herói do título mundial. Isso sem que uma declaração, sobretudo polêmica, fosse notada pelos demais. Apadrinhado pelo então treinador Tite, a quem costuma chamar de pai, ele hoje vive um momento distinto sob o comando de Mano Menezes. Novamente em grande fase técnica, destoa pelo comportamento nos momentos conturbados. 

Foi assim no último sábado em derrota para o Botafogo e também na fatídica eliminação para o Atlético-MG, na quarta-feira. Entre os jogadores mais antigos do elenco e também entre os mais experientes no Mineirão, Cássio fez defesas importantes, mas levou quatro gols. Nos instantes finais do jogo que tirava o Corinthians da Copa do Brasil, perdeu o controle em dois momentos muito claros. 

Primeiro, se mandou ao ataque para tentar um heroico gol de cabeça que não ocorreu. Enquanto o Atlético se lançava à frente e Fagner salvava sobre a linha, Cássio retornava lentamente para o gol que deveria defender. A cena havia ocorrido de forma parecida também na derrota para o Botafogo, mas sua lentidão no Mineirão foi mais flagrante. Só não chamou mais a atenção que a crítica imediata ao apito final: "tem gente que não está preparada para jogar no Corinthians", disse uma hora antes de um pedido de desculpas em nova declaração. 

O comportamento de Cássio sofreu mudanças justamente quando ele deixou de ser coadjuvante para se transformar em um dos líderes do Corinthians. Durante a Copa do Mundo, o clube ofereceu aumento salarial generoso para o goleiro, cujo vínculo foi ampliado até dezembro de 2018. Por sua produção, ele tem justificado a confiança da diretoria, mas sofre questionamentos pelo jeito intempestivo. Mano Menezes chegou a dizer no Mineirão que espera mais dos experientes. 

Sob as traves, Cássio fez sua parte. Foram seis defesas na partida contra o Atlético-MG, sendo uma frente a frente com Maicosuel. Até aqui, ele está entre os melhores goleiros do Campeonato Brasileiro, e a defesa do Corinthians é a segunda menos vazada. Falhas e lesões, que foram frequentes em 2013, voltaram a ser raras.

Ele comprometeu de fato apenas contra o Figueirense, no início do mês, mas recentemente admitiu aos microfones: a forma atual, na avaliação dele próprio, é melhor até do que a que apresentou no título do Mundial de Clubes, o que reacende o sonho de jogar pela Seleção Brasileira. Mas falta ter os nervos no lugar.