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SP tem novo projeto para ter R$ 40 mi em patrocínio. Twitter está na conta

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 06h00

A diretoria do São Paulo quer enterrar o velho modelo de captação de patrocínios que reinou no Brasil até 2012 e que chegou a seu ponto mais baixo em 2014: agora, a exposição de marcas na camisa do time será um detalhe. O novo projeto do São Paulo tem a meta de conseguir uma receita anual de R$ 40 milhões de forma inovadora no Brasil: parcerias distintas, menores, num pacote de exploração do Morumbi e rodízio de exposição da marca na camisa. O principal da nova iniciativa é a venda de patrocínio nas redes sociais do clube.

A chegada de Ronaldo ao Corinthians revolucionou o mercado de publicidade de futebol no Brasil. No clube, a receita com patrocinador de camisa pulou de R$ 16,5 milhões para R$ 40 milhões em três anos. Desde a implosão do fenômeno, a partir de 2012, o mercado entrou em recessão. Hoje, a avaliação do São Paulo – e até de outros clubes – é que será impossível um acordo que renda mais de R$ 20 milhões/ano sem o apoio de uma estatal, como no caso da Caixa Econômica Federal, que dá R$ 31 milhões ao Corinthians e R$ 25 milhões ao Flamengo. Por isso, surge o novo projeto como alternativa. O contrato do São Paulo com a Semp Toshiba, por exemplo, era de R$ 17 milhões anuais.

O São Paulo quer vender o espaço em suas redes sociais em Twitter, Facebook e Instagram. O número de seguidores somados nas três plataformas chega a 7,7 milhões. A ideia é ter uma marca vinculada ao São Paulo na internet. O patrocinador teria a marca exibida nas postagens do clube, que atingem apenas os são-paulinos – mais interessante para o patrocinador, pois não cria rejeição com consumidores que torcem por clubes rivais. É este o principal caminho do São Paulo para chegar aos R$ 40 milhões. O valor é visto como sonho pela diretoria, mas atingível.

Para completar o valor, entra o projeto de outras parcerias menores, com rodízio de exposição no uniforme. Será apenas uma cota de patrocínio na camisa. Não haverá duas marcas expostas ao mesmo tempo além do fornecedor de material esportivo. A ideia é fazer parcerias amplas, mais fora do que dentro da camisa, como no caso do Habib’s, que há dez anos é parceiro do São Paulo, vende produtos no Morumbi, anuncia no estádio e no Centro de Treinamento da Barra Funda, mas que desde 2006 não está mais na camisa. Para fechar a conta, o São Paulo procura um parceiro por segmento: um banco, uma montadora, uma empresa de telefonia, uma de alimentos, e etc. No caso da montadora, o São Paulo conversa com duas e tentará selar o acordo no fim de outubro, em reunião no Salão do Automóvel.

“Realmente, está acontecendo. A gente está trabalhando essa comercialização. Nessa época do ano, se você quiser falar com uma montadora, se você não for ao Salão do Automóvel você não vai conseguir falar. As próprias montadoras estão marcando as reuniões para o Salão. Com algumas não é nem a primeira, nem a segunda reunião. É a terceira”, diz Rui Barbosa, diretor de marketing do São Paulo, ao UOL Esporte.

Se conseguir alguns parceiros nesse molde, além de vender o espaço nas redes sociais, o São Paulo acredita que conseguirá chegar perto do valor que adotou como meta. “Se eu conseguir esses parceiros, fiz um negócio muito maior do que tive até hoje. Se clube hoje ficar focado em arrumar patrocínio master, ficar focado em achar coisa de R$ 30 milhões, não encontra. O importante é chegar no número que o clube precisa. É por aí que a gente está trabalhando. E ter uma marca na camisa, apenas. Não tem frente, manga, costa, e peito. É uma marca e acabou, além do fabricante do material esportivo”, completa o diretor.