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Andrés não vai concorrer a nada no Corinthians. Mas será o grande vitorioso

André Luiz Oliveira (à direita) é vice de Roberto de Andrade (esquerda) em nova chapa - Divulgação
André Luiz Oliveira (à direita) é vice de Roberto de Andrade (esquerda) em nova chapa Imagem: Divulgação

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

23/10/2014 16h30

Impedido de ser candidato ou mesmo vice-presidente por força do estatuto, Andrés Sanchez está longe de ser ausente do processo eleitoral que se afunila no Corinthians. Na realidade, ele é protagonista na situação, nunca esteve tão perto da oposição e deve voltar de vez ao dia a dia do clube em 2015. Além, claro, de ser deputado federal eleito pelo PT.

Primeiro nome na escala de sucessão, Roberto de Andrade recebeu a "benção" de Andrés para ser o candidato. Já André Luiz de Oliveira, mais conhecido como André Negão, também esperava estar na disputa. Mas, aconselhado por Andrés, aceitou outra cadeira importante: é o primeiro vice da situação. "Para mim não muda em nada", disse ao UOL Esporte.

Enquanto também definia seu próprio papel na chapa de situação, Andrés Sanchez se aproximou como nunca do grupo oposicionista, de quem era inimigo histórico. Além de reuniões com Antônio Roque Citadini, Andrés teve uma parcela considerável de sua campanha a deputado federal financiada por Paulo Garcia, oficializado como nome da oposição nesta quinta.

Recentemente, o grupo Kalunga, que pertence à família Garcia, doou R$ 319.192,12 à campanha de Andrés. Em paralelo, seu irmão e empresário de jogadores, Fernando Garcia, ganhou papel considerável no futebol corintiano em 2014.

Além de realizar alguns empréstimos para socorrer o clube, Fernando intermediou a venda do zagueiro Cléber para o Hamburgo-ALE, participou da transação do meia Petros, ex-Penapolense, e ainda recebeu direitos econômicos de Malcom em troca de uma antiga dívida com Ralf.

Hoje, Fernando Garcia também tem porcentagens consideráveis das três maiores promessas do clube: Guilherme Arana, Matheus Pereira e o próprio Malcom. Recentemente, ele passou a ter a imagem gerenciada exatamente pela mesma empresa que cuida da agenda de Andrés.

Nos próximos dias, Andrés Sanchez deverá definir seu papel no clube em caso de vitória da situação, que é favorita. A eleição para a presidência da República pode aproximá-lo do Corinthians, em caso de vitória de Aécio Neves (PSDB), ou deixá-lo mais forte em Brasília, se Dilma Rousseff (PT) se reeleger. Na primeira hipótese, Andrés seria o homem forte do futebol corintiano em 2015.

Já no longo prazo, seus planos são de conhecimento público: criar uma liga de clubes para rivalizar com a CBF, cuja administração tem sido pressionada por ações do governo Dilma. Andrés, em 2018, teria então duas hipótese no Corinthians: voltar à presidência do clube ou enfim lançar André Negão, seu amigo pessoal.

Colaborou: Ricardo Perrone