Em busca de renda, Atlético-MG projeta jogar mais vezes no Mineirão em 2015
O Atlético-MG tem o Independência como sua casa desde 2012, quando o estádio foi reinaugurado após ser reformulado. Desde então, o alvinegro abre mão de jogar clássicos contra o Cruzeiro, como mandante, no Mineirão, para fazer valer o ‘fator Horto’. Financeiramente, porém, o clube viu que o Gigante da Pampulha é mais vantajoso, pelo menos em jogos importantes. Já planejando mandar outros jogos em 2014 no estádio, aos poucos o Mineirão volta a ganhar espaço na diretoria atleticana e, com a troca de presidente, em dezembro, quando haverá eleição, será bem mais utilizado na próxima temporada.
Com mandato se encerrando ao final do ano, o atual presidente Alexandre Kalil adotou posição mais flexível sobre mandar jogos no Mineirão, embora siga considerando o Independência como a casa do Atlético. O provável sucessor de Kalil, o atual vice-presidente, Daniel Nepomuceno, que será o candidato da situação na eleição em dezembro, participou da decisão de mandar jogos no Horto, deixando o principal estádio de Belo Horizonte de lado, mas, de acordo com fontes ligadas ao clube, vê hoje com bons olhos a aproximação do Mineirão.
Em 2015, confirmando-se a eleição da chapa encabeçada por Daniel Nepomuceno, o Mineirão se tornará opção para um número maior de jogos do Atlético, aqueles considerados com maior potencial de público, mas continuará a mandar a grande maioria dos jogos no Independência. “O Mineirão se torna um aliado financeiramente falando quando recebe grandes jogos, com grande apelo de público, em competições específicas e jogos específicos”, disse uma fonte da diretoria atleticana, que pediu para não ser identificada, ao UOL Esporte.
O atual presidente atleticano, Alexandre Kalil, mostrou-se contra o Atlético atuar no Mineirão. Ele não concordou com o contrato proposto pela Minas Arena, que foi aceito pelo rival Cruzeiro. Tanto que o dirigente fez uma parceria com a BWA, para explorar comercialmente o Independência. O jogo contra o Corinthians, pelas quartas de final da Copa do Brasil, na semana passada, aconteceu no estádio da Pampulha a pedido dos jogadores e comissão técnica. E a opção se repete no dia 5 de novembro, contra o Flamengo, no jogo da volta pela semifinal do Brasileirão, oficialmente marcado para a Pampulha.
“O Atlético vai ter a casa que ele quiser, o Atlético tem casa, aqui (Independência) para jogar tem ordem, não joga quando quer. O América tem de deixar, a BWA tem de deixar, aqui não é a casa da mãe Joana. Lá (Mineirão) tem edital, a hora que o Atlético quiser ele joga. Eu estou indo embora, outro presidente pode falar que não vai jogar no Horto, no Mineirão, lá entra e joga, tem edital, pode não pagar nada, até uma briga boa, mas está muito baratinho. O Atlético não pode jogar dinheiro fora e vai lá jogar”, afirmou Kalil, pouco antes de confirmar a partida contra o Corinthians no Gigante da Pampulha.
Mesmo contra, Alexandre Kalil aceitou o Mineirão, principalmente para poder arrecadar uma quantia maior e assim quitar parte da dívida financeira que possuía com alguns atletas. O mandatário atleticano, no entanto, sequer foi ao estádio, por ter feito uma promessa de não pisar no local este ano, depois da conquista da Recopa, contra o Lanús, em julho passado.
Como mandante, o Atlético realizou somente quatro jogos no Mineirão. Dois deles, a final da Libertadores e o jogo da Recopa, foram impostos pela Conmebol, que não aceitou que o clube mandasse os duelos no Independência pela capacidade reduzida do estádio. Já no Mineiro de 2013, enfrentou o Villa Nova por não poder contar com o Horto, que recebeu jogo do América no mesmo dia e pelo edital do Independência, tem prioridade de data.
Financeiramente, o Atlético-MG percebe que atuar, mesmo que esporadicamente no Gigante da Pampulha, é vantajoso. Contra o Corinthians, pela Copa do Brasil, o Atlético teve público pagante de 32.640 pessoas e o alvinegro mineiro teve uma receita líquida de R$ 1.704.425,00, dinheiro este utilizado para pagar premiações atrasadas dos atletas.
Mandando jogos no Independência, somente em duas oportunidades a arrecadação foi superior a do confronto contra o Corinthians. Nas quartas de final da Libertadores de 2013, contra o Tijuana, o Atlético arrecadou R$ 1.771.865,00. Já na partida da semifinal, contra o Newell’s Old Boys, a equipe mineira registrou a maior arrecadação da história do Horto desde a sua reforma, R$ 2.100.300,00.
No Mineirão, o alvinegro mineiro viu a sua maior renda acontecer no final da Libertadores, quando arrecadou R$ 14.176.000,00 que é a maior de um clube brasileiro. Na final da Recopa, contra o Lanús, o clube mineiro arrecadou R$ 5.732.000,00, quarta maior renda nacional até então.
As altas arrecadações e amaior presença de público faz o Atlético já planejar mandar novos jogos no Mineirão neste ano. Diante do Flamengo, na semifinal da Copa do Brasil, o duelo foi marcado pela CBF para o estádio. A diretoria atleticana confirmou na quarta-feira que jogará no Gigante da Pampulha, defendendo a classificação para a final e a busca por dinheiro que ajudará no momento financeiro ruim vivido pelo alvinegro mineiro.
Os jogadores atleticanos e a comissão técnica já demonstraram que gostam de mandar jogos no Mineirão. “É um ótimo estádio, a gente se sente em casa também, tem feito ótimas partidas lá, conseguido bons resultados. Então, a gente pode jogar tanto no Mineirão quanto no Independência”, disse Guilherme.
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