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Liberdade e lucro futuro. O que muda com a compra da Arena pelo Grêmio

Arena do Grêmio teve gestão comprada e passará a ser 100% do clube - Wesley Santos/Drone Service Brasil/Divulgação
Arena do Grêmio teve gestão comprada e passará a ser 100% do clube Imagem: Wesley Santos/Drone Service Brasil/Divulgação

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/10/2014 06h00

O Grêmio está prestes a finalizar a compra da gestão Arena. O negócio já foi confirmado pela direção do clube, há um acordo com a OAS, antiga parceira e empresa que construiu o estádio, e a oficialização depende apenas do aval do Conselho Deliberativo. Mas qual a diferença prática entre ter ou não a administração do estádio? E por que o clube investiu nisso? A reportagem do UOL Esporte elencou os motivos que levaram o clube a fazer um esforço gigantesco e adquirir totalmente a gestão do novo estádio. 

Não foi fácil. O presidente gremista, Fábio Koff, passou praticamente toda sua gestão envolvido com o assunto Arena. Primeiro, mudando o contrato firmado anteriormente que previa pagamentos anuais de R$ 42 milhões a OAS para entrada de sócios do Grêmio nos jogos. Depois, desencadeando o processo que culminou na compra da gestão da nova casa. Após de mais de 20 meses, o mandatário convocou uma coletiva e, na última semana, oficializou o acerto. 
 
Falta apenas a assinatura. O Conselho de Administração gremista sugeriu a data de 17 de novembro para reunião no Conselho Deliberativo em que o extrato da negociação será apresentado. Os 300 conselheiros tomarão conhecimento dos contratos que estão sendo redigidos e as comissões internas analisarão detalhadamente. Poderá ser aceito, rejeitado, ou ainda ser feito um pedido de mais tempo para esclarecimentos. 
 
No entanto, a chance de rejeição é praticamente zero. É consenso entre os gremistas que a compra da gestão da Arena foi algo de vital importância para o clube e muito se explica no que pode mudar a longo prazo. O Grêmio reduz pagamentos, retoma a renda dos jogos, abre a chance de adesão de novos sócios, passa a ser absoluto na comercialização de áreas do estádio e não divide mais os lucros da casa com a OAS. 
 
Mas não há só benefícios na análise. O clube também passará a ser responsável único pelo funcionamento da Arena, por contratar funcionários que trabalharão no local e ainda terá que fazer toda manutenção da casa. 
 
Mesmo assim, a direção afirma que lucrará R$ 300 milhões ao adquirir a gestão do equipamento. Mas para isso, o clube também gastará. A reportagem do UOL Esporte apurou que o Grêmio se comprometerá a pagar cerca de R$ 24 milhões anuais para OAS pelos próximos 6 anos de forma parcelada mensalmente. E após este período, o valor cai nos 14 anos seguintes, prazo em que o financiamento acaba, totalizando 20 anos. Entenda tópico por tópico o que mudou na administração da Arena a partir da compra do Grêmio.