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Ex-jogador da seleção se dá bem no tam tam e toca em banda de pagode em MG

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

28/10/2014 06h00

Futebol e samba são duas coisas que caminham quase juntas no meio dos jogadores. O estilo musical sempre foi famoso por ser o preferido entre os boleiros, muitos deles amigos de músicos e que frequentam casas do gênero. Mas um ex-jogador foi tão afundo que hoje até se sustenta com a música.

Moacir, hoje com 44 anos, foi revelado no Atlético-MG e jogou também no Corinthians, Flamengo, Internacional e Portuguesa. Chegou a vestir a camisa da seleção brasileira com o técnico Paulo Roberto Falcão e passou pelo futebol espanhol, no Atlético de Madri e Sevilla.

Desde os tempos de jogador, era fã de samba, assim como seus familiares. Fascinado pela música, buscou uma maneira de se aproximar ainda mais  do que apenas ir a show dos cantores preferidos. Surgiu então a ideia de montar uma banda, em 1999, mais com o intuito de diversão.

Os encontros e práticas foram dando resultado, até que a Moa Samba passou a fazer apresentações na região da grande Belo Horizonte.  Hoje, Moacir toca tam tam na “Moa Samba”, um dos meios pelos quais o ex-jogador ganha a vida atualmente.


“Tudo começou a com a minha família. A ideia surgiu do meu irmão e dos meus sobrinhos, no começo eu só administrava e eles quiseram fazer uma homenagem a mim na escolha do nome. Chegou um momento que eu passei a jogar fora do país. No começo eu só administrava”, recordou.

“Hoje toco tam tam, e meus sobrinhos todos saíram. Não tem mais nenhum tocando com a gente. Eles saíram depois de uma época que fui jogar fora, depois voltei com a banda de novo e eles não quiseram mais participar porque estavam todos trabalhando. Às vezes eles até participam e tocam, a banda  tem sete integrantes”, prosseguiu.

Tocar tam tam em casas noturnas não é, no entanto, a única forma pela qual Moacir ganha a vida atualmente. Em parceria com o ex-ponteiro da seleção masculina de vôlei Anderson, Moacir tem uma transportadora, chamada MA transporte executivo.

Seleção e Corinthians

Moacir despontou como uma das principais novidades de Falcão no processo de renovação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1994. Depois, quando o comandante caiu e Parreira assumiu o cargo, foi chamado uma vez e cortado por lesão. Não voltou mais e diz acreditar que poderia jogar mais

“Falcão foi o treinador que realmente renovou a seleção brasileira. Mas não deram tempo para ele trabalhar. Ele bancou uma seleção nova para disputar o Mundial. Mas lá resultado é sempre importante, e ele acabou sendo sacrificado”, lamentou.

“Eu vinha sendo titular da seleção com Falcão e depois do corte, Parreira e Zagallo nunca mais me chamaram. Depois fui jogar na Europa, no Corinthians, no Flamengo...não entendi até hoje”, prosseguiu.

O ex-volante era um dos principais jogadores do Corinthians que chegou à final do Campeonato Paulista de 1993, contra o Palmeiras. Mas acabou expulso no primeiro jogo da decisão em uma jogada com Amaral. Após vitória corintiana por 1 a 0, o time jogava pelo empate no segundo. Mas levou um 4 a 0, e Moacir diz que com ele poderia ser diferente.

“O Amaral fez a falta em mim, levantei e fui expulso do nada. Tentaram entrar com efeito suspensivo, mas não deu certo. Comigo seria diferente, com certeza. Eu estava bem no time; era um jogador que cadenciava a partida”, finalizou.