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MP-RS denuncia Patrícia Moreira e mais três por xingamentos racistas

Do UOL, em Porto Alegre

28/10/2014 16h28

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, através da Promotoria do Torcedor, denunciou, nesta terça-feira, a torcedora Patrícia Moreira e mais Éder Braga, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal por conta dos atos racistas contra o goleiro Aranha, no duelo entre Grêmio e Santos pela Copa do Brasil em 28 de agosto. A denúncia dependia de uma representação do ofendido, porém, a Justiça entendeu que tal situação não era necessária. 

O site oficial do Ministério Público Gaúcho oficializou a denúncia nesta tarde. A Justiça entendeu que não seria necessário a representação de Aranha, uma vez que o registro da ocorrência já era documento suficiente. 
 
Na denúncia oferecida à Justiça, o Ministério Público pede a aplicação de medida cautelar proibindo imediatamente os denunciados de comparecerem aos jogos do Grêmio. O MP pede para os torcedores comparecerem à Polícia em dias de jogos uma hora antes das partidas e deixem o local apenas uma hora depois. 
 
Lembre o caso:
 
O Santos vencia o Grêmio por 2 a 0, na Arena, em jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Irritados, os torcedores do Grêmio localizados atrás da meta defendida por Aranha, começaram a proferir xingamentos racistas. O jogador avisou o árbitro, o jogo ficou parado por alguns instantes, e o caso tomou maior proporção por conta das imagens de transmissão de TV, que flagraram tais palavras. 
 
Patrícia Moreira, de 23 anos, foi o principal alvo. Apareceu claramente chamando, aos gritos, o camisa 1 do time paulista de 'macaco'. Além dela, outros três torcedores foram identificados pela polícia e indiciados no inquérito entregue ao Ministério Público do Rio Grande do Sul através da Promotoria do Torcedor. Mais quatro torcedores, ainda não identificados, seguem sob investigação policial. 
 
A pena por injúria racial tem previsão de detenção de um  três anos e aceita o pagamento de fiança. 
 
Por conta dos atos de seus torcedores, o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil em primeira instância, no STJD. Entretanto, recorreu da punição e teve pena alterada de exclusão para perda de pontos. Mas na prática acabou tendo o mesmo resultado e como havia perdido o primeiro jogo, sequer houve a realização do segundo e o Santos seguiu na competição.