Topo

Candidato barra acordo entre Teixeira e grupo de Laor, rivais históricos

Marcelo Teixeira tentou costurar acordo com grupo de Laor, mas viu tentativa fracassar - Flavio Florido/UOL
Marcelo Teixeira tentou costurar acordo com grupo de Laor, mas viu tentativa fracassar Imagem: Flavio Florido/UOL

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

29/10/2014 13h01

Modesto Roma, candidato da oposição à presidência do Santos, barrou o acordo que vinha sendo alinhavado entre Marcelo Teixeira e Fernando Silva, candidato do ex-presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro. Incomodado com a possível união entre rivais históricos da política santista, Modesto colocou no chão uma negociação que já durava semanas e esquentou desde a quinta passada.

O fim da negociação foi confirmada pelos grupos de Modesto Roma e Fernando Silva, que seguem, portanto, como rivais da eleição de dezembro. Da mesma forma, Laor e Marcelo Teixeira, principais lideranças do Santos na última década, seguem em lados opostos.

O “namoro” começou com a ajuda de Celso Jatene, aliado de Fernando Silva, e Osvaldo Nico, próximo de Marcelo Teixeira. Os dois ajudaram a fazer a ponte entre a dupla, que finalmente se encontrou na quinta passada, no restaurante de Nico em São Paulo.

No encontro, Fernando Silva e Marcelo Teixeira concordaram em juntar forças em um acordo preliminar. A dupla concordou que Modesto Roma ocuparia a vice-presidência em uma possível chapa conjunta e estavam acertando os últimos detalhes quanto a modelo de gestão e composição do Conselho Gestor.

Tudo isso, no entanto, foi feito por iniciativa pessoal de Marcelo Teixeira, presidente do Santos de 2000 a 2009 e principal carregador de votos de Modesto, que não participou dos encontros. Na última segunda, as partes fizeram uma nova reunião, desta vez na Universidade Santa Cecília, propriedade de Teixeira, em Santos.

O segundo encontro praticamente selou o acordo, deixando as rusgas do passado para trás. Nos tempos de Teixeira na presidência, Fernando e Laor faziam dura oposição ao cartola, acusado de quebrar as finanças do clube e negociar indevidamente contratos das categorias de base.

Quando assumiu, Laor viveu anos de tranquilidade e bonança com a geração de Neymar e Ganso, que rendeu uma Libertadores ao Santos. Afastado por problemas de saúde, ele viu a gestão que iniciou desmoronar com a transferência de Neymar, cercada de detalhes suspeitos, e outros episódios de má gestão, que fizeram com que Teixeira e seu grupo subissem o tom ao avaliar os velhos opositores.

A união entre Fernando Silva e Modesto Roma (e consequentemente Laor e Marcelo Teixeira), portanto, representava uma reviravolta na política santista, que ainda tem outros três candidatos ao pleito. O vazamento do acordo à imprensa antecipou a reação de Modesto e seu grupo.

Na última terça, o candidato conversou com Teixeira e, apoiado em parte dos eleitores que carrega, cancelou o princípio de acordo. Modesto alegou que não quer abrir mão do cargo de presidente na formação da chapa e argumentou sobre a ousadia da aliança com um grupo de opositores. Até segunda ordem, então, Fernando Silva e Modesto Roma se juntam a Orlando Rollo, José Carlos Peres e Nabil Khaznadar como candidatos na eleição santista.