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Clubes expostos na internet? Solução para vazamento pode estar no contrato

Do UOL, em São Paulo*

01/11/2014 06h00

Uma gravação de uma preleção do técnico Joel Santana feita por um dos jogadores do Vasco faz o clube carioca viver há duas semanas um momento de tensão interna. Vítima de vazamentos de informações que ironizam o treinador, o Vasco tenta encontrar quem foi o jogador responsável e já toma medidas punitivas. O problema aconteceu em um clube, mas é uma preocupação de todos os outros grandes do Brasil, e algo que poderia ser controlado de melhor forma caso houvesse imposições por segurança da informação firmadas em contrato.

À medida que a internet virou um mecanismo de interação por meio das redes sociais nos últimos anos, aumentou também a preocupação dos clubes em relação à veiculação de informações. Agora, o alcance de cada comentário feito por jogadores e dirigentes é muito maior. No caso do Vasco, o vídeo foi gravado e compartilhado por um jogador em um aplicativo de telefone celular para troca de mensagens. O que era para ficar entre o elenco, no entanto, tornou-se um viral.

Entre os grandes clubes do Brasil, não há uma cartilha padrão para comportamento em redes sociais, nem uma estratégia comum para evitar exposições prejudiciais ao clube. Cada um adota uma postura. O que definitivamente não é tendência é o limite imposto em contrato, que poderia resguardar o clube de exposições como a do Vasco e em redes sociais, como explica Nelson Leoni, diretor de redes sociais da Agência Isobar Brasil e especialista em marketing digital.

“Acredito que todas as instituições devem se adaptar à era das redes sociais e do conteúdo colaborativo. E não é diferente com os clubes de futebol, onde a exposição é altíssima e a velocidade de propagação de qualquer conteúdo foi alavancada ainda mais por esses canais. Uma simples palestra sobre o assunto e uma cartilha com as principais boas práticas podem evitar transtornos ou crises. Cada jogador deve saber que representa a instituição que está jogando, não somente em campo. Acredito que é possível incrementar o contrato com cláusulas de conduta em redes sociais, mas do outro lado o clube deve fazer sua parte e preparar o jogador para a utilização correta nestes canais”, afirma.

Da cartilha às palestras, os clubes ainda parecem longe de implementar cláusulas no contrato contra a exposição. No Brasil, os clubes tentam confiar no bom senso dos atletas por meio de conscientização. Veja como funciona em cada clube.

Colaboraram Bernardo Gentile, Bernardo Lacerda, Danilo Lavieri, Dassler Marques, Dionizio Oliveira, Guilherme Palenzuela, Jeremias Wernek e Pedro Ivo Almeida