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Por que o Santos não deslancha neste fim de ano?

Do UOL, em São Paulo

01/11/2014 06h00

O Santos é semifinalista da Copa do Brasil, viu a equipe ter certo aumento de rendimento após a chegada de Enderson Moreira, mas vive mais uma fase de irregularidade. Desde que quebrou a sequência de quatro vitórias seguidas contra o Criciúma, perdeu três vezes, venceu duas e empatou uma nos últimos seis jogos. E não por acaso. Há alguns motivos que explicam a dificuldade da equipe em alcançar um bom rendimento constante na reta final da temporada.

1. Leandro Damião e Gabigol não jogam juntos
Enderson Moreira iniciou o trabalho no Santos tentando fazer de Leandro Damião, o centroavante que foi colocado pelo Doyen Sports no clube por R$ 42 milhões, um titular e protagonista da equipe. Não deu certo. Enderson ainda melhorou Leandro Damião, que com ele rende muito mais do que rendia com Oswaldo de Oliveira, mas não conseguiu solucionar um problema que parece cada vez mais longe de uma solução: como encaixar Damião e Gabriel Barbosa, o Gabigol, no mesmo time. Hoje, ambos ocupam o mesmo espaço no campo, mas em funções diferentes. Se um joga, o outro tem de sair da posição e acaba caindo de rendimento.

2. Robinho com problemas físicos
A própria comissão técnica admite. O fato de Robinho ter jogado após dois dias de treino agora tem sua compensação: o atacante de 30 anos tem cada vez menos resistência para suportar a sequência de jogos, por não ter participado do trabalho de intertemporada. Isso não seria o problema se ele não fosse o mais eficaz dos atacantes da equipe. É quem marca gols com mais frequência, superando as marcas de Gabigol, Geuvânio e Leandro Damião. “"Ele deixou de trabalhar um trabalho importantíssimo que é a questão da resistência, que faz com que ele possa suportar melhor a sequência de jogos", disse Enderson Moreira.

3. Calendário e desgaste geral
O Santos perdeu do Fluminense por 1 a 0 no dia 22 de outubro e viu todos os jogadores que se pronunciaram após a partida falarem sobre o calendário apertado, com jogos em sequência para descansar. Na partida, a equipe ainda se viu sem o meia Lucas Lima, que não jogou por lesão contraída durante a partida anterior, contra o Palmeiras. Na rodada seguinte, contra a Chapecoense, vários titulares foram poupados, e um novo tropeço aconteceu: 1 a 1. Agora, contra o Internacional, no domingo, mais uma vez o técnico Enderson Moreira deverá poupar alguns dos principais jogadores.

4. Salários atrasados
Oswaldo de Oliveira deixou o Santos e, mais tarde, falou publicamente sobre um atraso de salários que já duraria três meses. A diretoria do Santos teve de trazer o assunto à tona. O atraso também atingia os jogadores. Durante a semana, o gerente de futebol Zinho comemorou o pagamento de salários atrasados a 70% do elenco. “Somos um dos poucos clubes cujos salários estão em dia, vejo vários clubes que não saem no noticiário. Ontem [terça-feira] foi acertado, 70% do elenco que é CLT está certo e alguns que tem a imagem ainda não foi acertado. Costuma ser pago dia 10. Nosso presidente foi ao CT, conversou com os atletas, o diálogo foi muito bom, jogadores receberam muito bem todas as informações que o presidente passou para os atletas que o clube vai honrar os compromissos”, falou, à Rádio Globo. É claro que não é possível afirmar que o atraso salarial tem impacto em campo, mas é mais um problema para o Santos neste fim de ano.

5. Eleição presidencial
O Santos elegerá um novo presidente no dia 6 de dezembro, um dia antes da última rodada do Brasileirão. Até lá, os grupos participam de campanha política, incluindo os correligionários do atual presidente Odílio Rodrigues, que trabalham pela vitória de Nabil Khaznadar, candidato da situação. Ele competirá no pleito contra Fernando Silva, candidato de Luis Alvaro Ribeiro, Modesto Roma, apoiado por Marcelo Teixeira, Orlando Rollo e José Carlos Peres.