Topo

Adriano desabafa após denúncia e critica promotores: 'qual será a próxima?'

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/11/2014 19h11

Após alguns dias de silênico, Adriano finalmente falou sobre a denúncia oferecida pelo Ministério Público e rejeitada, nesta quinta-feira, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em tom de desabafo, ele criticou os promotores, falou em “milhões de matérias falsas” na imprensa e ainda questionou qual seria a próxima polêmica que iriam inclui-lo.

“Esse é um momento que tenho que desabafar. Não abri minha boca quando saiu essa notícia absurda. Fiquei sabendo assim que cheguei ao Brasil, por uma mensagem da minha assessoria. Milhões de matérias e notas falsas, uns até falaram que eu já estava condenado e sem passaporte. Será que essas pessoas têm família? Será que essas pessoas entendem que estão falando de um ser humano? Será que essas pessoas imaginam o que foi para os meus filhos verem isso tudo? E agora? Qual será a próxima para aparecerem através da minha imagem?”, perguntou.

“Eu sabia que tudo daria certo, pois não devo nada para ninguém, sou honesto, pago meus impostos e tenho orgulho da minha origem! Deus é mais que isso! Agradeço à minha família, ao meu procurador Luiz Claudio de Menezes, à minha assessora Renata Battaglia que, como sempre, estiveram ao meu lado o tempo inteiro. Graças a Deus, apesar desses obstáculos que tentam colocar na minha vida, tenho pessoas que “são por mim” ao meu lado”, completou.

A denúncia foi oferecida na última segunda-feira pelo promotor Alexandre Murilo Garça. Na peça, ele entendia que a compra de uma moto em 2007 para Mica, chefe do tráfico da Vila Cruzeiro, configura uma ligação do jogador com o grupo que compra e vende drogas na região da zona norte do Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com os promotores, Adriano "consentiu que outrem [Mica e seus comparsas] utilizassem de bem de que tinham propriedade e posse – no caso, duas motos Honda modelo CB600 – para o tráfico ilícito de drogas" e circular na favela.

A sentença, no entanto, ainda não é definitiva, já que o Ministério Público pode recorrer da decisão e pedir nova apreciação da Justiça para a denúncia. Somadas as duas acusações, Adriano poderia ser condenado a até 25 anos de prisão.

Em fase final de negociação com o clube francês Le Havre, Adriano retornou ao Brasil na noite da última terça-feira e se manteve em silêncio na casa onde mora, na Barra da Tijuca. Sem clube desde março, quando defendeu o Atlético-PR, ele retorna à Europa no início de dezembro para se apresentar ao novo time.