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Algoz do Brasil na Copa de 98 vira ator de cinema e "ex-BBB" na França

Do UOL, em São Paulo

06/11/2014 06h00

Saem as chuteiras e os gramados, entram a maquiagem e os palcos. Essa foi a troca de um algoz do Brasil na Copa do Mundo de 1998. Responsável por parar Ronaldo, Rivaldo e Bebeto na decisão daquele ano, Frank Leboeuf hoje é ator reconhecido na França. Faz filmes, peças de teatro e já participou até de reality show. Para o futebol quase não restou espaço. Quase porque ele ainda acompanha os jogos como um torcedor anônimo.

Leboeuf já tem mais de 150 apresentações de teatro no currículo e oito filmes, três deles em fase de pós-produção. O último título lançado foi “Allies”, neste ano. Nesse, ele interpreta um integrante da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial.

“Foi a primeira vez que matei alguém. Realmente é uma mudança quando você mata algumas pessoas”, disse ele, bem humorado, sobre sua atuação diante de nazistas no filme.

Leboeuf confessa: sua primeira paixão foi o cinema, não o futebol. Ele adorava ver filmes com sua mãe e ir ao teatro, mas como vivia em uma pequena vila eram raras as chances. Seu pai, por outro lado, queria ver o filho como jogador. Por isso, criou uma academia de futebol. A estratégia deu certo.

O zagueiro foi campeão do mundo, da Eurocopa de 2000 e da Copa das Confederações de 2001. Na Copa, era reserva, mas atuou como titular na final em que Zidane acabou com o Brasil. Pelo Chelsea, time que defendeu durante cinco temporadas, foram mais cinco títulos.

Mas o futebol é passado para ele. Prova disso é que sua medalha de campeão do mundo ficou esquecida no porta-luvas de seu carro durante um ano. “Meu filho que encontrou”, relata o francês.

Leboeuf afirma que a emoção de atuar em um jogo importante, diante de um público grande, é maior em relação à sensação de interpretar. Mas a pressão é a mesma, garante. “A semelhança é que eu me cobro da mesma maneira. Você não pode errar em nenhum dos dois casos”.

A primeira experiência do zagueiro como ator foi em 2001, quando ele ainda atuava. Ao encerrar a carreira, fez curso de interpretação nos Estados Unidos e passou a se dedicar à nova função. Futebol, agora, é só como fã, mas boa parte dos jogos ele perde quando está com uma peça em cartaz. “A primeira coisa que faço quando saiu do palco é ver os resultados”.