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Alemanha vence a Espanha com gol no fim em amistoso de testes

Do UOL, em São Paulo

18/11/2014 19h36

Uma Espanha de nomes poucos conhecidos, uma Alemanha jogando em esquema diferente daquele que rendeu o título da Copa do Mundo, com três titulares que nem jogaram a competição. O amistoso entre as duas últimas campeãs mundiais, realizado nesta terça-feira, em Vigo, na Espanha, não foi de bom nível. Também não foi um jogo agradável. Não houve dribles, chutes ou passes de Copa do Mundo. Foram dribles, chutes e passes de amistosos. No fim da partida, Tony Kroos arriscou chute da entrada da área e contou com a ajuda do gramado e falha do goleiro Kiko Casilla para vencer por 1 a 0. 

Houve um destaque de cada lado, o que não necessariamente está associado a um ponto positivo. O atacante Nolito, 28, do Celtta de Vigo – time da casa – estreou pela seleção espanhola, jogou como titular e provocou euforia nas arquibancadas. E criou as principais jogadas espanholas. Na Alemanha, o técnico Joachim Löw armou o esquema que variou entre o 3-4-3 e o 4-2-3-1, e mostrou novas influências do Bayern de Munique de Pep Guardiola. Mas não funcionou.

Fases do jogo

A Espanha foi dominante. No processo de renovação e numa tentativa do técnico Vicente Del Bosque de utilizar diversos jogadores, iniciou a partida com seis atletas que não estiveram na péssima campanha na última Copa do Mundo: o lateral esquerdo Juan Bernat, o volante Bruno Soriano, os meias Raúl Garcia, Isco e Nolito e o atacante Alvaro Morata. Jogou ainda longe do que jogou em 2010, por exemplo, mas o suficiente para dominar o primeiro tempo contra uma Alemanha que pouco se encontrou.

Vicente Del Bosque mostra a cada partida após a Copa do Mundo que as aposentadorias de Xavi Hernández e Xabi Alonso da Fúria fizeram com que ele desistisse do esquema com um volante à frente da zaga e dois meias centrais, com três atacantes à frente. Mais uma vez a Espanha jogou no 4-2-3-1, com Sergio Busquets ao lado de Bruno, com Raúl Garcia, Isco e Nolito avançados e Morata na área. Taticamente, funcionou. Logo de início, a Espanha conseguiu trocar mais passes e chegar ao campo adversário.

Nolito, estreante, embalou o time com o apoio de sua torcida, em Vigo. Foram dele as principais jogadas da primeira etapa, sempre da ponta esquerda para o centro de campo. Não foram suficientes para dar trabalho ao goleiro Ron Robert Zieler, que substituiu Manuel Neuer.

A chuva forte deixou o jogo carente de técnica. Para piorar, a Espanha fez mais testes a partir do segundo tempo. Não voltaram do intervalo os zagueiros Sergio Ramos e Gerar Piqué, além do volante Sergio Busquets. Raul Albiol, Marc Bartra e Ignacio Camacho entraram, para deixar a seleção ainda mais irreconhecível.

Na Alemanha, a alternativa tática parece ter esbarrado no básico: Sebastian Rudy e Erik Durm, protagonistas da mudação do 3-4-3 para o 4-2-3-1, parecem não ter repertório tático e solidez técnica para tal. Sem a bola, Rudy foi ala direito, e virava ponta, avançado, quando o time tinha a posse de bola. Do outro lado, Durm, pela esquerda, trocava a ala pela lateral quando o time tinha a bola. Um mais ofensivo, outro mais defensivo. Dentro de campo, deu saudades de Philipp Lahm.

No fim, Tony Kroos marcou com o chute que contou com ajuda do gramado para mudar de altura e entrar nas redes de Casilla. 

O melhor: Shkodran Mustafi

O zagueiro que só foi à Copa do Mundo por causa da lesão do meia Marco Reus se consolida. Jogou no centro do sistema defensivo, como sobra quando o time alternou para a versão com três defensores. E pegou tudo, deixou pouquíssimos espaços. Supera as atuações individuais espanholas porque seu time foi inferior.

O pior: Kiko Casilla

Entrou no fim para substituir Iker Casillas e tomou o gol. Foi atrapalhado pelo gramado, mas poderia ter evitado. 

Toque dos técnicos:

Del Bosque usa a oportunidade para ver gente nova, dar oportunidade a quem nunca jogou ou a quem não joga há muito tempo. Joachim Löw usa a oportunidade para testar um esquema de jogo. Del Bosque viu novatos jogarem bem, Löw viu um esquema novo não funcionar.

Para lembrar:

Espanha e Alemanha fecham o ano com esse amistoso. Ambas voltam a jogar no fim de março, pelas eliminatórias para a Eurocopa de 2016. A Espanha enfrenta a Ucrânia. A Alemanha pega a Geórgia.