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'Mentor' da Arena do Grêmio é citado em relatório da Operação Lava-Jato

Eduardo Antonini (e) foi citado em relatório da Polícia Federal na Operação Lava-Jato - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Eduardo Antonini (e) foi citado em relatório da Polícia Federal na Operação Lava-Jato Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/11/2014 21h05

Eduardo Antonini, antigo vice-presidente do Grêmio e responsável pela construção da Arena, foi citado no relatório final da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Segundo o documento, a residência do ex-dirigente gremista era local de entrega de dinheiro na capital gaúcha. Ele nega as acusações e ressalta que sequer foi indiciado. 

Segundo o relatório, a casa de Antonini foi citada por um dos operadores do esquema de corrupção investigado como local de entrega de R$ 500 mil. A Polícia Federal não pediu a prisão do ex-dirigente gremista. 
 
Em março, um mandado de busca foi cumprido na casa dele. Um HD foi coletado para análise. Nenhum outro material foi apreendido. 
 
"Em março deste ano teve um mandado de busca na minha residência. Várias pessoas foram indiciadas e presas. Eu não fui sequer indiciado. Ou seja, não havia nenhum indício de participação minha. Não participei de nada dessa operação Lava-Jato", disse Antonini à Rádio Guaíba. 
 
Empresa responsável pela construção da Arena do Grêmio, a OAS está sob investigação. José Ricardo Breghirolli é funcionário da empresa. Mensagens interceptadas pela polícia ligam o nome de José Ricardo e o doleiro Alberto Youssef a Antonini. Ele nega. 
 
"Nunca ouvi falar neste doleiro [Alberto] Youssef, nunca tive reunião nem nada com ele. O que saiu foi um trecho do relatório de março, e não havia nenhum indício contra mim, tanto que não fui indiciado. Desde lá [março] fiquei fora disso", completou. 
 
Eduardo Antonini foi vice-presidente do Grêmio no mandato de Paulo Odone, no biênio 2011 /2012. Neste período assumiu a Grêmio Empreendimentos e foi peça fundamental na construção da Arena. Quando Fábio Koff ganhou a eleição para o biênio seguinte, ele foi mantido na direção por ser o principal conhecedor do contrato de ligação à OAS. Mas, por divergências do atual comando, deixou o posto em junho passado. 
 
O Grêmio entende que não tem relação alguma com o caso e não irá se manifestar. A reportagem do UOL Esporte procurou Eduardo Antonini até o fechamento desta matéria mas não obteve sucesso. 
 
A Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano e já conta com sete fases. A investigação busca detalhes de um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos. O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foram os primeiros a serem presos. Em 14 de  novembro, a PF iniciou a fase mais atual e passou a buscar detalhes do envolvimento de 10 empreiteiras do país - entre elas OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht.