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Dunga tem início arrasador, e triunfos viram 'remédios' contra 7 a 1

Bruno Thadeu

Do UOL, em Viena (Áustria)

19/11/2014 06h00

O recomeço de Dunga na seleção até agora é impecável. São seis vitórias em seis jogos disputados. O time marcou 14 vezes e sofreu apenas. Na terça, a vítima foi a Áustria, batida pelos brasileiros por 2 a 1, em Viena. A série invicta alcançada é encarada pelo treinador e CBF como uma resposta a quem questionou ou subestimou a capacidade da seleção depois do vexame na Copa.

Dunga voltou à seleção com um pedido especial da CBF: vencer o máximo de jogos para amenizar os estragos causados pela goleada de 7 a 1 imposta pela Alemanha na Copa do Mundo.

Em troca, a entidade daria carta branca para o treinador montar equipe técnica e implantar sua metodologia.

“A seleção segue sendo respeitada mundialmente, mas tem que provar a cada dia sua importância. E isso você só consegue trabalhando e vencendo”, disse Dunga, na Turquia, na primeira etapa da excursão realizada na Europa em novembro.

A série de vitórias, embora grande, ainda não é a maior entre técnicos da seleção. O próprio Dunga obteve 11 triunfos consecutivos em 2009. Mano Menezes conseguiu vencer oito vezes seguidas pela seleção em 2011; Felipão chegou a 10 jogos consecutivos vencendo (de 2013 a 2014).

Treinos com “Ferrari”

Para alcançar a marca de 100% dos pontos nesses seis jogos pós-Copa, Dunga adotou medidas incomuns para amistosos. O treinador deu limites a brincadeiras nas redes sociais e avisou que a liderança do grupo se conquista naturalmente.

Os treinos na Turquia e Áustria mais se pareceram uma disputa entre aspirantes a vagas no profissional, tamanha a intensidade e dedicação dos atletas. Já os coletivos (em que simulam uma partida) foram secretos. Nada de facilitar informação para o rival, frisa.

“Se eu tenho uma Ferrari e quero correr na Fórmula 1, não posso treinar com velocidade do kart, senão não terei noção dos pneus, balanceamento, curva e troca de marcha. Se o jogo é rápido e intenso, treino tem que ser rápido e intenso, senão o jogador vai sentir no jogo”.