Topo

Mesmo salário e "vacas magras": os desafios para Cristóvão ficar no Flu

Leonardo André e Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/11/2014 06h00

A harmonia entre a diretoria do Fluminense e o técnico Cristóvão Borges tem tudo para selar a permanência do treinador nas Laranjeiras em 2015. Antes, porém, o comandante terá que aceitar se submeter a uma nova realidade para a próxima temporada, com reforços bem mais modestos e sem um aumento salarial, algo habitual nas renovações de contrato no futebol.

A realidade mais humilde projetada para 2015 se deve principalmente devido ao corte de parte dos investimentos pela parceira Unimed Rio, algo que tem acontecido de maneira gradual nos últimos anos, mas que será acentuado a partir da próxima temporada. A dificuldade para renovação de contratos de jogadores como Diego Cavalieri, Valencia e Diguinho, além da saída confirmada do lateral Carlinhos já são reflexos desse novo cenário.

O salário de R$ 200 mil de Cristóvão Borges não é bancado diretamente pela Unimed como no caso dos medalhões do elenco, mas ficará congelado por causa das conhecidas limitações do orçamento tricolor. O Fluminense quer a manutenção do treinador, mas vê um aumento fora de suas condições financeiras no atual momento. A questão econômica, no entanto, não deve dificultar o acerto.

Em relação aos reforços para a próxima temporada, o Fluminense também seguirá a linha de manutenção dos atuais padrões de investimento, com poucas adições. O Tricolor contratará jogadores que ainda tentam seu espaço no cenário nacional, como o volante Edson (contratado junto ao São Bernardo-SP) e o zagueiro Guilherme Mattis (ex-Bragantino).

A política, portanto, será de valorizar os jovens formados nas categorias de base do Fluminense, o que o presidente Peter Siemsen defende desde sua chegada ao cargo, em 2011.  Esta deve ser a maior dificuldade para Cristóvão em caso de permanência. Em pouco mais de sete meses de trabalho, o treinador usou 13 garotos na equipe, mas só sete deles tiveram ao menos duas chances no time das Laranjeiras.

Cristóvão aproveitou os jovens bem menos que Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, que comandou o Fluminense por pouco mais de três meses no ano passado. O ex-treinador também testou 13 atletas, mas que foram presenças constantes nas partidas do Tricolor: apenas dois deles (Aílton e Robert) não atuaram ao menos em duas oportunidades.

Mesmo sem usar tanto a garotada até aqui, Cristóvão ganhou a confiança do presidente Peter Siemsen e do vice de futebol Mário Bittencourt pelos resultados no Campeonato Brasileiro e por ter um perfil de técnico estudioso, algo desejado pela diretoria há algum tempo. Os próprios dirigentes chegaram a cogitar um contrato de mais dois anos com o técnico, ideia adiada por enquanto.

Cabe lembrar que Cristóvão Borges chegou ao Fluminense contra a vontade do presidente da parceira Unimed Rio, Celso Barros, que se recusou a arcar com parte de seus salários como fazia com o antecessor Renato Gaúcho. O treinador, no entanto, conquistou o executivo da patrocinadora com seu trabalho e já não enfrenta a mesma resistência nos bastidores. Hoje, o comandante tem em suas mãos a decisão de ficar ou deixar as Laranjeiras em 2015.

Valencia prega 'luta até o fim' por vaga na Libertadores