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SP inicia semifinal da Sul-Americana. Torneio marcou a história de Rogério

Do UOL, em São Paulo

19/11/2014 06h00

Foi depois de um jogo na Copa Sul-Americana do ano passado que Rogério Ceni decidiu que ainda não estava na hora de parar de jogar futebol. Uma atuação praticamente impecável na vitória épica sobre a Universidad Católica, no Chile, convenceu o goleiro de que ele ainda tinha condições de servir por pelo menos mais um ano seu clube de coração. Mas essa não é a única história que liga a trajetória do capitão tricolor ao torneio Sul-Americano.

Ao longo de sete participações na competição, Rogério fez gol, deu assistência, levantou troféu, passou vergonha e brigou muito (até com o próprio técnico) para levar o São Paulo adiante. Quando o time entrar em campo às 22h desta quarta-feira, contra o Atlético Nacional da Colômbia, essa história terá mais um capítulo, dessa vez pela semifinal do torneio.

Em 2003, Rogério foi um dos protagonistas da eliminação sofrida para o River Plate no Morumbi, um jogo envolto em clima de tensão e cheio de brigas. O São Paulo venceu por 2 a 0, com o primeiro gol oriundo de uma falta cobrada pelo goleiro. Ele também fez duas defesas incríveis. Mancando durante quase todo o segundo tempo, se recusou a ser substituído porque queria participar da disputa dos pênaltis (o jogo da ida havia sido 3 a 1 para os argentinos).

Nas penalidades, Lugano errou uma cobrança, Rogério não pegou nenhuma, e os argentinos avançaram.

Em 2007, o goleiro mostrou sua faceta artilheira. Na primeira fase, fez um gol contra o Figueirense e deu um lançamento que virou assistência para Borges marcar o seu. Mas o capitão também viu seu time passar vergonha. Depois de ser eliminado na Libertadores daquele ano, Muricy Ramalho escalou todos os seus titulares para a Sul-Americana, mas acabou eliminado com duas derrotas para o Millonarios, da Colômbia. No jogo de ida, no Morumbi, Rogério não jogou por estar machucado e o São Paulo perdeu por 1 a 0. Na volta, já com seu capitão, o time perdeu por 2 a 0 e foi eliminado.

Mas o ídolo são-paulino também teria momentos de glória na competição. Em 2012, na primeira vez que o time conseguiu o título, Rogério levantou o troféu e coroou o meia Lucas, que se despedia do clube que o projetou. Antes disso, porém, brigou com o técnico Ney Franco, que o acusou de insubordinação durante uma partida. Franco saiu do clube brigado com o capitão.

No ano passado, Rogério fez aquela que muitos consideram a maior atuação de seus 21 anos de carreira: defesas incríveis, muito reflexo e agilidade ajudaram o time a superar os chilenos fora de casa.

Depois de vencer o Universidad Católica, o técnico Muricy Ramalho empolgou-se com as defesas do goleiro e começou uma campanha interna para que ele desistisse da aposentadoria. Deu certo e Rogério está aí até hoje.

Nas quartas de final da atual edição, ele também foi fundamental na classificação tricolor ao segurar o Emelec com defesas importantes no jogo de volta do Equador.

Quando questionado sobre a decisão de se aposentar ao fim do ano, ele sempre exalta a possibilidade de parar com um título. “O Cruzeiro não tem nos permitido sonhar com o [título do] Brasileiro, então temos aqui a Sul-Americana”, disse o capitão na chegada do time a Medellín.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO NACIONAL (COL) X SÃO PAULO
Copa Sul-Americana (Semifinal)
Data e hora: 19/11/2014, 22h (de Brasília)
Local: Atanasio Girardot, em Medellín (COL)
Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU)
Auxiliares: Carlos Pastorino (URU) e Gabriel Popovits (URU)

ATLÉTICO NACIONAL
Franco Armani; Nájera, Henríquez, Díaz e Calle; Pérez, Bernal, Cardona e Guisao; Luis Carlos Ruiz e Cárdenas. Técnico: Juan Carlos Osorio

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Hudson, Rafael Toloi, Edson Silva e Michel Bastos (Alvaro Pereira); Denilson, Souza, Ganso e Kaká; Alan Kardec e Luis Fabiano. Técnico: Muricy Ramalho