Orçamento polêmico do Santos é aprovado e clube desiste de venda de atletas

O Conselho Deliberativo do Santos aprovou na noite desta terça-feira, na Vila Belmiro, o polêmico orçamento, que prevê apenas R$ 140,2 milhões de despesas em 2015. A reunião poderia ser mais polêmica, mas a pedido do conselheiro e candidato Nabil Khaznadar, o clube não votou a aprovação de venda de atletas no período pré-eleitoral.

Segundo o candidato, a votação não seria mais necessária, pois a diretoria santista não tem nenhuma negociação em curso. O clube tentava negociar um atleta, mas a transação não evoluiu nos últimos dias. O nome do jogador não foi revelado.

O orçamento ainda prevê que o Santos arrecadará R$ 47 milhões em venda e empréstimos de jogadores. Desse montante, o clube só gastaria R$ 9 milhões em contratações de atletas. Os valores de despesas e arrecadação irritaram muitos conselheiros.

Além disso, a diretoria prevê que o clube gaste apenas cerca de R$ 77 mil com direitos de imagem de atletas. Neste ano, o Santos orçou R$ 18 milhões.

“O orçamento para a próxima gestão é totalmente fantasioso. Estamos falando em uma venda de dois jogadores por R$ 47 milhões. Estão falando na contratação de cinco jogadores a R$ 10 milhões. Eles sugerem que vendamos os jogadores da base. Gostaria de sugerir que vendêssemos o Mena, o Damião, o Cicinho, Thiago Ribeiro, jogadores que custaram muito aos cofres do clube e não trazem retorno. O patrocínio tecnicamente teve que entrar no balanço, tentei achar ele nas despesas, mas não achei. Fantasiamos que estamos multiplicando por dez o recebimento de patrocínio de placas”, afirmou o conselheiro Vagner Lombardi em discurso no plenário. 

“A próxima gestão vai pegar um clube quebrado, com um orçamento fantasioso e vai ser julgado por não cumprir um orçamento. Sugiro que refaçamos e que possa ser aplicado para a próxima gestão”, completou.

A reunião do Conselho Deliberativo desta terça-feira ainda terminou com a polêmica das “carteirinhas fantasmas” – registro de sócios com nomes bizarros, evidenciando que o sistema de sócio era sujeito a falha. O Conselho rejeitou por 52 a 50 votos o parecer de Comissão de Inquérito e Sindicância de censura por escrito aos integrantes do grupo Terceira Via Santista, entre eles, o candidato à presidente do Santos, Orlando Rollo. A rescisão de contrato da CSU também foi rejeitado.