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Maurício Assumpção deixa o Botafogo e credita ano ruim à saída de Seedorf

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/11/2014 18h26

Maurício Assumpção decidiu não participar das eleições que são realizadas nesta terça-feira para indicar um novo presidente para o clube no triênio 2015-2017. O atual mandatário, que cede o cargo logo depois do pleito com previsão para terminar às 21h, fez um balanço de sua gestão e lamentou a má temporada da equipe. Em entrevista à rádio Globo, ele creditou o ano ruim à saída de Seedorf em janeiro.

“A saída prematura de Seedorf foi um problema sério. Ele saiu porque teve proposta de ser treinador do Milan, a chance de sua vida. Ele poderia encerrar contrato desde que encerrasse a carreira. Se fosse para outro time, seriam três milhões de euros de multa no contrato. Tenho muitas notícias de que ele quer treinar o Botafogo. Ele seria importante para o Botafogo na Libertadores. Ele era o nome para comandar um time com meninos da base”, analisou o mandatário alvinegro.

Assumpção deixa o cargo sob críticas de todos os lados e se mantém longe das eleições por acreditar que sua presença é irrelevante. 

Na entrevista, o cartola também explicou a escolha por Eduardo Húngaro, que só havia treinado nas categorias de base e foi promovido à equipe profissional em 2014, sem sucesso no Campeonato Carioca e na Libertadores.

“Autuori era o primeiro nome. Ele comandaria um projeto maior, porque ele tem muita vontade ser gestor de futebol. Um trabalho no profissional e na base e uma nova atividade no futebol. Ele falou que poderia conversar a qualquer hora, mas estava acertado com o Atlético-MG. Como não tínhamos um treinador de ponta, ficamos entre uma aposta no Cristóvão (atual treinador do Fluminense) e outra aposta do Húngaro. Ele havia trabalhado com a base, conhecia os garotos”, destacou Assumpção.

 Dívidas e Engenhão

O presidente alvinegro também reclamou da dificuldade que o Botafogo enfrentou nos bastidores, durante briga judicial para voltar ao Ato Trabalhista e evitar bloqueio de 100% de suas receitas. “Sair do Ato Trabalhista foi uma decisão correta, confio no meu departamento jurídico. Eles só não conseguem me responder porque o Botafogo não pode ter o mesmo benefício do Fluminense e do Vasco. Por quê eles voltaram? Eles também fraudaram o Ato”, atacou Assumpção.

Sem a retomada do Ato Trabalhista, o Botafogo viveu ano de asfixia financeira e não conseguiu honrar com seus compromissos. Jogadores do clube convivem com atrasos salariais, algo determinante para o conturbado ambiente no elenco e a fraca campanha no Campeonato Brasileiro – o Botafogo corre sério risco de ser rebaixado na próxima rodada. Nem mesmo as receitas provenientes do estádio Engenhão, ainda fechado por causa de obras, puderam servir de alívio.

“Tem um laudo conclusivo que relaciona risco de desabamento da cobertura. De quem foi o erro, não cabe ao Botafogo falar. Cabe ao Botafogo mostrar que cumprimos todas as questões de manutenção. Relatórios trimestrais com acompanhamento eram realizados. O problema é que quando chegou relatório da empresa alemã que apontava risco de a cobertura cair, o prefeito fez o estádio ser fechado. Um prejuízo enorme para o Botafogo”, declarou Assumpção.