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Vaga na Libertadores não muda cenário e Mano deve mesmo deixar Corinthians

Mano Menezes deve fazer últimos dois jogos à frente do Corinthians - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Mano Menezes deve fazer últimos dois jogos à frente do Corinthians Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

25/11/2014 06h00

A melhor campanha do returno do Campeonato Brasileiro (junto de São Paulo e Cruzeiro) e a vaga praticamente confirmada na Copa Libertadores não devem ser suficientes para que Mano Menezes permaneça no Corinthians para o próximo ano. Ainda não há de nenhuma das partes qualquer sinalização de que a renovação com o treinador possa acontecer.

Candidato a presidente pela situação, Roberto de Andrade nunca teve Mano como prioridade. O ex-vice de futebol deixou o cargo em janeiro, entre outros motivos, por não concordar com a indicação do treinador. Roberto defendia o retorno de Oswaldo de Oliveira ao Corinthians. Agora, prefere que Tite, reciclado após um ano sabático, reassuma o comando em janeiro.

Muito próximo a Roberto de Andrade, o ainda gerente de futebol Edu Gaspar também foi favorável a Oswaldo e pagou o seu preço. Desafeto de Mano Menezes desde os tempos de jogador, Edu passou praticamente toda a temporada distante das decisões técnicas, justamente pela falta de confiança do treinador em seu trabalho.

A exemplo de Roberto de Andrade, o ex-presidente Andrés Sanchez se afastou de Mário Gobbi também depois da escolha de Mano Menezes. Andrés, que trabalhou para que Abel Braga fosse contratado, não gostou de ser contrariado por Gobbi. O distanciamento entre Andrés e Mano foi praticamente natural a partir disso.

Para o treinador e Gobbi, a sensação é que a vaga na Copa Libertadores foi conquistada na base do "contra tudo e contra todos". A divulgação de atrasos, eventuais problemas de vestiário e até o vazamento de valores pedidos por Paolo Guerrero na renovação são atribuídos ao "fogo amigo". É assim que o presidente corintiano classificou aqueles que imagina terem trabalhado contra, como Roberto, Andrés e Edu.

Já do outro lado, as reclamações a Mano Menezes são de que o treinador ficou excessivamente preso a Mário Gobbi e Sidnei Lobo, auxiliar técnico. O aumento dos negócios de Carlos Leite no Corinthians, em 2014, também é apontado pelos críticos, já que Carlos é o agente de Mano.

Amigos do treinador veem semelhanças entre esse momento e o vivido nos últimos meses de seleção brasileira. Contratado pelo ex-presidente Ricardo Teixeira e por Andrés Sanchez, Mano deixou o cargo porque não era aceito pelos sucessores, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. É como se sente hoje em relação a Roberto de Andrade, favorito a presidir o Corinthians em 2015. E curiosamente a Andrés, agora de lado oposto a Mano.