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Rediscussão de parceria do Flu com Unimed preocupa atletas e atrasa planos

O presidente do Flu, Peter Siemsen (e), tem relação tensa com Celso Barros, da Unimed - Bruno Haddad/Fluminense FC
O presidente do Flu, Peter Siemsen (e), tem relação tensa com Celso Barros, da Unimed Imagem: Bruno Haddad/Fluminense FC

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/11/2014 06h00

A rediscussão anual da parceria entre Fluminense e a patrocinadora Unimed Rio tem preocupado mais que o habitual em 2014. Os rumos ainda desconhecidos das conversas que devem ser encerradas até o fim deste mês causaram um clima de incerteza quanto à permanência de alguns jogadores nas Laranjeiras e até mesmo quanto ao planejamento da diretoria para 2015.

A situação foi exposta pelo meia Wagner, que na última terça-feira disse não saber se ficará no Fluminense na próxima temporada mesmo tendo contrato até o fim de 2015. Segundo o apoiador, a situação se estende ao restante do elenco, inclusive aos jogadores com longos vínculos. Em comum, eles têm o compromisso firmado com a Unimed, responsável por grande parte de seus salários.

“Sabemos que nem o contrato mais longo está seguro. O único garantido é o presidente, que foi reeleito ano passado. Vai ser montada uma programação em dezembro com quem quer que seja o treinador – tomara que seja o Cristóvão –  e aí vamos ver o que vai acontecer”, disse Wagner, visivelmente preocupado com a situação.

O desabafo de Wagner foi causado pelas recentes sinalizações da Unimed de que diminuirá os investimentos em 2015 após desgastes públicos com o presidente Peter Siemsen. Por isso, os jogadores ligados à patrocinadora veem sua permanência ameaçada, já que a cooperativa de saúde pode decidir pela saída de alguns atletas ou até mesmo por uma rescisão da parceria com o clube.

Mesmo em meio ao fogo cruzado, o vice-presidente de futebol do Fluminense, Mário Bittencourt, prontamente disse compreender o temor do atleta. Para o dirigente, a instabilidade preocupa os atletas que querem saber qual será seu futuro.

“É uma coisa  [indefinição sobre parceria] que inclusive nos dá um problema de planejamento pois não sabemos como será o próximo ano. Também nos aflige. Não só a eles, também a nós. Achei que essa discussão surgiria depois do jogo com o Corinthians, mas foi até bom pois pode dar um gás no final caso sigamos com chances na última rodada”, explicou Bittencourt.

O dirigente também admitiu o temor de perder alguns medalhões por causa da nova realidade do Fluminense, de contar com elencos mais modestos, e, portanto, menos competitivos quanto antes.

“Obvio que temos o receio que esse movimento possa fazer com que eles não queiram estar aqui no futuro, são jogadores de alto nível”, admitiu Mário.”Mas isso [menor investimento] não quer dizer que o Fluminense não vá disputar os títulos. Porque mesmo nos anos 90, um período negro, disputamos títulos. Times muito inferiores ao que temos e ao que teremos em 2015. Era o famoso bom, bonito e barato. Temos que saber conviver com isso. E acho que encontraremos um caminho”, projetou o cartola.

O período de rediscussão da parceria entre Fluminense e Unimed Rio vai até o fim deste mês. O contrato tem duração até o fim de 2016, mas tem uma renegociação prevista para novembro de todos os anos.

O presidente da cooperativa, Celso Barros, inclusive, já adiantou que as renovações de jogadores com vínculo até o fim de 2014 só irão ser conversadas após este acerto. Entre os atletas esperando a definição desta discussão estão Diego Cavalieri, Valencia, Diguinho e Gum.