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Rivalidade Corinthians x dupla Gre-Nal chegou ao ápice; saiba como começou

Corinthians provoca Grêmio e Internacional e "apresenta" mascotes do Brasileirão - Reprodução/Twitter oficial do Corinthians
Corinthians provoca Grêmio e Internacional e 'apresenta' mascotes do Brasileirão Imagem: Reprodução/Twitter oficial do Corinthians

Do UOL, em São Paulo

27/11/2014 17h23

Em 2012, o Corinthians popularizou o termo "anti", que se referia ao torcedor de outros clubes que se dispunham a secar a equipe então comandada por Tite. Hoje, ninguém é mais "anti" que a dupla Gre-Nal. Aliados no caso Petros, os rivais gaúchos queriam que o clube do Parque São Jorge perdesse pontos por suposta uma escalação irregular, mas perderam a briga no STJD e só ampliaram a curiosa rivalidade interestadual.

O julgamento aconteceu nesta quinta e inocentou o Corinthians no pleno do STJD. A comemoração alvinegra foi pelas redes sociais, com a "criação" dos mascotes do Brasileirão "DVD" e "7 a 1". A provocação a Inter e Grêmio, respectivamente, caiu mal entre os gaúchos, que revidaram.

O Grêmio publicou um vídeo do rebaixamento corintiano em 2007, enquanto D'Alessandro, capitão do Inter, disse que o Corinthians sempre foi favorecido fora de campo.

A série de acontecimentos reflete a rivalidade entre as partes. O caso mais grave é com o Inter. Como os dois times foram protagonistas do futebol brasileiro nos últimos anos, se encontraram algumas vezes em momentos importantes, trocando acusações quase todo o tempo.

Com o Grêmio, o problema é mais pessoal. Embora haja rivalidade entre os clubes, ela se torna mais forte por conta de Luiz Felipe Scolari. Tanto é assim que a provocação corintiana desta quinta foi endereçada ao treinador, e não ao clube gaúcho.

Entenda, abaixo, como tudo isso começou:

Mágoa de nove anos

Presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, fala durante reunião  - 23 mai. 2008 - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr - 23 mai. 2008 - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Imagem: 23 mai. 2008 - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Até hoje os colorados não engolem a atuação do STJD no Campeonato Brasileiro daquele ano, que terminou nas mãos do Corinthians. Sob o comando de Luiz Zveiter, o tribunal anulou 11 jogos que haviam sido apitados por Edilson Pereira de Carvalho, pego em um esquema de manipulação de resultados.

Nessa lista estavam duas derrotas do Corinthians, que nas partidas remarcadas ganhou quatro pontos, fundamentais para a conquista. O Inter não engoliu a determinação do STJD e ainda reclama de um pênalti claro sofrido por Tinga no confronto direto entre os dois clubes, quando o árbitro Márcio Rezende de Freitas ainda expulsou o volante por suposta simulação - o jogo terminou 1 a 1 no Pacaembu.

Ajuda na queda

Mesmo rebaixado com o Corinthians, Felipe saúda torcida - Folha Imagem - Folha Imagem
Imagem: Folha Imagem
Dois anos depois da disputa do Brasileiro, o Inter passou a ser importante para o Corinthians quando o time alvinegro brigava para não cair. Na última rodada os colorados enfrentariam o Goiás, rival direto dos paulistas, que por sua vez encarariam o Grêmio.

Alheio à situação, o Inter perdeu para o Goiás por 2 a 1. Como só empatou seu jogo, o Corinthians foi rebaixado para a segunda divisão. Até hoje, torcedores alvinegros desconfiam de que houve corpo mole dos colorados no confronto, embora essa discussão se limite aos fanáticos na arquibancada e nunca tenha sido levada adiante por dirigentes ou jogadores.

O DVD

Fernando Carvalho, ex-presidente do Inter. Campeão do Mundo em 2006 - Jeremias Wernek/UOL Esporte - Jeremias Wernek/UOL Esporte
Imagem: Jeremias Wernek/UOL Esporte
Em 2009, Corinthians e Inter se encontraram de novo na final da Copa do Brasil. Depois do primeiro jogo, em que os colorados reclamaram da arbitragem, o cartola Fernando Carvalho produziu um DVD com uma compilação de supostos favorecimentos ao time paulista.

Segundo o dirigente, a intenção era chamar atenção da mídia e garantir que o juiz da grande decisão tivesse uma arbitragem correta. Para os corintianos, porém, ficou a fama de chororô e provocação sobre o DVD, lembrada pelo clube nesta quinta após a decisão do STJD.

Para completar, aquela decisão ainda ficou marcada pela briga entre D'Alessandro e William, que quase foram às vias de fato em campo. A cena do zagueiro provocando o argentino enquanto ele tentava agarrá-lo é, até hoje, uma das mais marcantes da rivalidade.

Felipão e o Grêmio

Felipão gesticula durante o jogo do Grêmio contra o Cruzeiro pelo Brasileirão - Lucas Uebel/Getty Images - Lucas Uebel/Getty Images
Imagem: Lucas Uebel/Getty Images
A história corintiana com o Grêmio não é tão intensa, embora os dois times tenham se enfrentado em confrontos marcantes nos últimos anos. Em 2013, por exemplo, a eliminação para o clube gaúcho nos pênaltis, pela Copa do Brasil, foi preponderante para o declínio de Alexandre Pato, grande vilão daquela noite com a "cavadinha".

Neste ano, a rixa aumentou por conta da presença de Luiz Felipe Scolari, esse sim um rival histórico do Corinthians. Desde os tempos de Palmeiras o hoje treinador do Grêmio usa a relação com o clube do Parque São Jorge em seu trabalho, seja no trato com a mídia, seja na forma de lidar com seu elenco.

É histórico, por exemplo, o discurso dele sobre o corintiano Edilson depois da primeira partida da semifinal da Libertadores de 2000, em que o Palmeiras havia perdido. No vestiário do CT alviverde, Felipão chamou o atacante de "covarde" e "cafajeste" e pediu que alguém desse um "pontapé" no jogador.

Nos últimos dias, Felipão voltou a atacar o Corinthians. Derrotado no Itaquerão no último domingo, o técnico gremista acusou uma espécie de complô: "Estão escolhidos os times da Libertadores". A fala irritou os alvinegros, que se viram prejudicados pelos juízes em 2014.