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Presidente aponta Botafogo em situação grave. E sobrou até para Seedorf

Carlos Eduardo Pereira (dir.) projeta trabalho árduo após vencer eleições presidenciais - Vitor Silva/SSPress
Carlos Eduardo Pereira (dir.) projeta trabalho árduo após vencer eleições presidenciais Imagem: Vitor Silva/SSPress

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/12/2014 16h03

O presidente do Botafogo Carlos Eduardo Pereira não escondeu do torcedor a real situação do clube. Com a necessidade de trabalhar com uma dívida estipulada em R$ 750 milhões, o novo mandatário afirmou que o Alvinegro está em situação grave e que o próximo ano será difícil. Após o rebaixamento, o dirigente não poupou a antiga gestão das críticas e sobrou até para o holandês Seedorf, contratado por Maurício Assumpção em 2012.

Segundo Carlos Eduardo, a contratação do meia não foi feita nas condições ideias, já que os R$ 700 mil de salário do holandês eram pagos pelo próprio Botafogo - não por uma empresa específica, que poderia ter sido incluída na negociação para aliviar o cofre do Alvinegro, que já passava por dificuldades financeiras.

"O projeto Seedorf foi capenga. Trouxe o atleta, mas com o clube pagando tudo. Atleta como esse tem que ser pago por um patrocinador. Foi um despejo grande para o clube. Houve ganho de imagem, mas no limiar de uma crise econômica, essa valor foi muito caro", disse Carlos Eduardo Pereira, que projeta uma solução para ficar com o goleiro Jefferson.

"É o que pensamos sobre o Jefferson, por exemplo. Os grandes ídolos temos que ter trabalho de marketing para que o clube tenha redução dos custos. O grande talento deve vir sempre, mas com certas condições. O clube é gerido com empresa, mas o produto está ligado à paixão. O ídolo faz parte disso. Mas precisamos pensar na questão financeira para evitar despesa", completou.

E a condição financeira do Botafogo foi o principal teor da entrevista. Carlos Eduardo já sabia que a crise era grave, mas confessa ter se assustado com a realidade do Alvinegro após assumir a presidência na terça-feira. 

"[A situação] É pior do que eu imaginava. A gente acreditava que, se tivesse mais alternativas na área trabalhista, encontraria um caminho mais pavimentado. Vamos ter que começar o Ato Trabalhista praticamente do zero, será um caminho bem longo para trilharmos. A situação do clube é muito complicada. Importante que o sócio e o torcedor tenham isso em mente. Vamos trabalhar para resolver essas questões. Estamos na expectativa da aprovação do Proforte também", afirmou.

Presidente irá conversar com Mancini e Gottardo

Se antes das eleições o discurso era de mudança, após assumir o tema já não parece tão verdadeiro. Nesta segunda-feira, Carlos Eduardo Pereira disse que o destino do técnico Vagner Mancini e do diretor de futebol Wilson Gottardo ainda estão indefinido. Segundo o presidente, o vice de futebol Antônio Carlos Mantuano e Gustavo Noronha, que tem cargo administrativo na parte do futebol, sentarão com a dupla a partir desta terça para definir o futuro.

“Trataremos o departamento de futebol na conclusão do Brasileiro. A partir desta segunda, Mantuano e Noronha vão sentar com Mancini e Gottardo e juntos vão fazer avaliação. Entender a visão deles. Ver pontos positivos e negativos. O ano 2015 começou hoje”, afirmou.

Ele ainda confirmou que o Botafogo encerrará a temporada com o mesmo elenco, sem iniciar uma renovação antes do fim do Brasileiro. “O elenco se manterá prestigiado. Mantenho minha posição de agradecimento de hombridade. Vamos concluir o campeonato dessa forma”, finalizou.