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Ele passou por cinco cirurgias, não joga há um ano, mas não pensa em parar

Gabriel se move com auxílio de muletas e carrega marcas no joelho operado - Marinho Saldanha/UOL
Gabriel se move com auxílio de muletas e carrega marcas no joelho operado Imagem: Marinho Saldanha/UOL

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/12/2014 06h00

O dia 20 de setembro de 2013 começou como qualquer outro. Treinamento em Salvador, longe do feriado Farroupilha, o gaúcho Gabriel fazia preparação para uma oportunidade no time titular do Grêmio, contra o Vitória. Mal sabia o zagueiro que seria sua última atividade como atleta profissional nos próximos 15 meses. Lesionado, ele deixou o campo carregado. Desde então viveu o que nenhum jogador gostaria de passar. Foram cinco cirurgias, afastamento do grupo, fim de um sonho. Mas mesmo na dificuldade, ele se apega à confiança e reúne forças para voltar, mesmo sem saber quando. 

O Grêmio não foi definitivo. Segundo o médico Marcio Bolzoni, não é possível determinar quando e nem garantir que o jogador retomará a vida de atleta profissional. Ele, contudo, pensa o contrário. O empresário Ricardo Mello foi que manifestou toda confiança do jogador. 
 
"Não podemos falar da parte médica, não dominamos este assunto. Posso dizer que ele está muito triste pelo contexto todo. Ninguém fica feliz com algo assim de não poder exercer sua profissão. Mas está confiante na recuperação", afirmou. "Não temos previsão, mas estamos convictos que ele voltará a jogar. Eu, o atleta, o staff que trabalha conosco. Todos sabemos que ele vai voltar. Não irá se aposentar, vai voltar a jogar, sim", completou. 
 
Foram cinco cirurgias. A primeira ocorreu pouco depois do rompimento do ligamento cruzado no joelho esquerdo, em setembro de 2013. Em janeiro deste ano, uma inflamação no local obrigou novo procedimento. Mais adiante, dois outros procedimentos foram feitos e por último, há cerca de 20 dias, uma segunda reconstrução de ligamentos. 
 
Gabriel ainda se move com auxílio de muletas. Na terça-feira, deixou o Olímpico, onde faz tratamento, com alguma dificuldade. Perdeu a forma física de atleta, engordou, viu enfraquecer a musculatura, sua principal capacidade em campo, mas descarta incertezas. 
 
"Ele [Gabriel] tem certeza que irá voltar a jogar", garante o empresário. "E mesmo que tivesse pouca chance, enquanto tivesse chance, se apegaria a ela", concluiu. 
 
O vínculo com o Grêmio será renovado. Será a segunda vez que o clube vai ampliar contrato com ele, sem data para voltar aos gramados. Não há reclamação contra o Tricolor, que tem dado o devido atendimento ao jogador. 
 
"O contrato dele acaba no fim do ano, desde julho as direções conversam pra renovação. Com o Lajeadense vai até 31 de dezembro do ano que vem. E as direções estão chegando a uma ideia comum", disse Mello. "Não acredito que o Grêmio tenha escolhido esta situação. O clube não tem medido esforços para recuperar o atleta. É parte interessada nisso. Não temos queixas. O que temos a fazer é esperar a recuperação", finalizou. 
 
O clube mantém o mesmo tom. A garantia de assistência ao jogador dá argumentos à esperança de retorno. Foram, entre fevereiro e setembro de 2013, sete meses. Apenas nove jogos disputados com a camisa gremista. Se existirão outros, nem o clube ou mesmo o jogador pode garantir. Mas a convicção do atleta é que poderá retornar aos campos, seja em Porto Alegre ou outra cidade. Hoje com 25 anos, ele foi pretendido pelo Flamengo antes de se acertar com o time gaúcho. E quem sabe não tivesse melhor sorte no Rio de Janeiro.