Pelé diz que não temeu a morte e brinca: 'estou pronto para a Olimpíada'
Pelé declarou que não teve medo de morrer nessas duas semanas em que ficou internado. Em entrevista coletiva no hospital Albert Einstein, onde recebeu alta médica nesta terça-feira, o ex-jogador demonstrou bom humor, comentando abertamente a situação preocupante em que viveu nesses últimos dias.
“Não fiquei com medo de morrer porque sou homem de Três Corações [cidade mineira onde nasceu]”, declarou Pelé, que deixou a entrevista de cadeiras de rodas.
Pelé foi internado no dia 24 de novembro com infecção urinária. O temor era de que a infecção se espelhasse para as funções renais. Na UTI, o ex-jogador foi submetido a hemodiálise (processo de filtragem do sangue). O fato de ser uma pessoa idosa (74 anos) e ter apenas um rim gerou maior preocupação da equipe médica do hospital paulistano.
Agora recuperado, Pelé brincou, destacando que tem saúde até para voltar a defender a seleção.
“Quero lembrar para vocês que para a Olimpíada podem ser três profissionais [ironizando fato de até 3 jogadores com mais de 23 anos poderem ser convocados para a competição]. Eu sou um desses três”.
Pelé Palmeiras
Me emocionei muito com a torcida do Palmeiras naquela agonia. Com o negócio do Palmeiras, comecei a escrever umas letras. Uma letra que é segredo para a Olimpíada. Do outro lado a torcida do Cruzeiro fazendo festa. Uns fazendo festa e outros chorando. Quando você tá na ativa, você não vê isso. Festa e tristeza ao mesmo tempo
Pelé 4
Achei que seria um problema de estômago. Depois passei a ter uns calafrios e não tive noção do que estava acontecendo. Quando eu melhorei, já estava aqui em São Paulo. Depois não tive noção do que estava acontecendo, até anteontem.
Pelé
Não é que eu tinha escondido. Todo mundo ficou surpreso. Tive uma fratura na 12ª vértebra (costela). No Santos ainda. E perfurou o rim. Quando eu fui para o Cosmos eu comecei a sentir febre. O médico do Cosmos disse que eu estava jogando a um tempão com um rim só. Tem os dois aí dentro, mas um não funciona. Fiz a cirurgia...
O ex-jogador respondeu bem ao tratamento, e o aparelho de auxílio renal foi desligado em 30 de novembro. Pelé deixou a UTI no dia 2 de dezembro, transferindo-se para unidade semi-intensiva.
Novos exames no início de dezembro mostraram que o tricampeão mundial não apresentava mais sinais de infecção.
A partir daí, Pelé teve autorização para receber familiares e até tocar violão. Ele gravou um vídeo em que tocava ao lado dos familiares e namorada, mostrando estar bem de saúde.
Pelé não ficou perto da morte, dizem médicos - Sobre o período mais crítico da internação de Pelé, o médico Fabio Nasri garante que o ex-jogador, em nenhum momento, apresentou quadro de infecção generalizada.
"O Pelé teve uma resposta inflamatória. A bactéria era simples. Houve uma resposta inflamatória sistêmica do corpo. Em momento nenhum ele teve sepse", disse.
Segundo o médico Oscar Pavão, que também tratou Pelé, a inflamação não foi infecciosa. "Ele teve a disfunção renal e se recuperou de uma maneira muito intensa e com muita rapidez".
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