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Traição e rixa da MSI. Entenda xadrez corintiano que faz Citadini candidato

Citadini é um dos quatro candidatos a presidência do Corinthians - Flávio Florido/UOL
Citadini é um dos quatro candidatos a presidência do Corinthians Imagem: Flávio Florido/UOL

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

10/12/2014 15h23

Ainda há aproximadamente um mês até a chapa ser protocolada, mas Antônio Roque Citadini já confirma: será o quarto candidato à presidência do Corinthians.

Diretor de futebol corintiano no início do século, Citadini mexeu as peças do xadrez político no Parque São Jorge em articulações e desarticulações que remetem à história de luta pelo poder no clube. O xeque-mate, por assim dizer, foi a carta divulgada por Luis Paulo Rosenberg, primeiro vice-presidente do Corinthians na atualidade. E que, por estatuto, não poderá concorrer a cargos no pleito marcado para 7 de fevereiro. 

Braço direito da gestão de Andrés Sanchez até 2010, Rosenberg emergiu na política do Corinthians em lado oposto. Quando Alberto Dualib era presidente contestado e ao mesmo tempo quase intocável, dois eram os grupos oposicionistas mais fortes: um com o atual mandatário Mário Gobbi, Rosenberg e Citadini como lideranças. Outro com Andrés Sanchez, Roberto de Andrade, agora candidato da situação, e André Luiz de Oliveira, mais conhecido como André Negão. 

Para retirar Dualib do poder, as duas correntes de ideologias resolveram se unir contra Dualib e deram força ao Grupo Renovação e Transparência. A ala ligada a Andrés e André carregava uma parte considerável do eleitorado. O grupo de Rosenberg e Gobbi era mais respeitado. Citadini, inimigo histórico de Andrés Sanchez porque era contra a parceria com a MSI, tomou outro caminho. 

Dali em diante, Andrés virou presidente, teve gestão aclamada e Antônio Roque Citadini se aproximou de Paulo Garcia para formar um novo grupo de oposição. Hoje, curiosamente, eles estão completamente rachados. Citadini não admite publicamente, mas se considera traído por Paulo. 

Desde que perdeu as eleições em 2011, pela segunda vez consecutiva, Paulo Garcia afirma que não será candidato. A Citadini, confidenciou que trabalharia por ele, mas não resistiu à tentação de concorrer novamente. Com problemas de saúde importantes, Paulo resolveu recusar até pedidos da própria família para que se preservasse do pleito. Hoje, o grupo dele assegura ter pesquisas que apontam favoritismo na disputa de 7 de fevereiro.

A rigor, as eleições do Corinthians terão duas chapas de oposição - Citadini e Garcia - e duas chapas de situação - Roberto de Andrade e Ilmar Schiavenato. No último pleito, só Paulo Garcia e Mário Gobbi foram os concorrentes. O novo cenário, com o dobro de candidatos, é prova de como feridas se abriram dentro dos grupos.

O que acontece com Gobbi e Andrés Sanchez, de parceiros a quase inimigos, nada mais é que a desarticulação do pacto que foi firmado em 2006 para encarar e tirar Dualib do poder. O grupo da situação, favorito a vencer as eleições em fevereiro, tem Roberto de Andrade à frente, André Negão como primeiro vice e Andrés como mentor e provável diretor de futebol.