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Fluminense abandona grife e aposta em solução caseira para comandar futebol

Atual diretor do Flamengo, Rodrigo Caetano foi um dos dirigentes de grife do Flu - Dhavid Normando/Photocamera
Atual diretor do Flamengo, Rodrigo Caetano foi um dos dirigentes de grife do Flu Imagem: Dhavid Normando/Photocamera

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/12/2014 06h00

Após três anos sob comando de diretores executivos de renome no mercado, o Fluminense resolveu apostar numa solução caseira para tocar o futebol em 2015: o agora ex-gerente geral das categorias de base Fernando Simone. Ele já participa ativamente do planejamento do departamento desde a última semana, e será o responsável pela remontagem do elenco para a próxima temporada junto do vice de futebol Mário Bittencourt.

A escolha por Fernando Simone interrompe uma sequência de três anos com dirigentes de grife nas Laranjeiras. Antes do novo diretor, comandaram o futebol do Fluminense Rodrigo Caetano (2011-2013), Felipe Ximenes e Paulo Angioni (2014), todos com nomes já estabelecidos e valorizados no mercado nacional.

A decisão de valorizar a ‘prata da casa’ tem a ver também com a saída da parceira Unimed Rio. O Fluminense aposta nas categorias de base para suprir a queda nas receitas, e tem no ex-gerente geral de Xerém a ponte ideal com seu prestigiado celeiro de jogadores. Grande parte do atual elenco, inclusive, foi formada enquanto Fernando Simone trabalhava nas divisões inferiores do clube.

A expectativa, portanto, é que Simone possa aprofundar os laços com Xerém durante sua gestão no futebol profissional. Ele comandava a base tricolor desde 2012 e conhece bem a garotada do clube. A meta da diretoria do Fluminense é montar um elenco com metade dos jogadores formada em casa.

Outro lado positivo na escolha por Fernando Simone é exatamente o fato desta ser sua primeira experiência no futebol profissional e, por isso, não ser tão caro quanto outros executivos já estabelecidos no mercado nacional, como Alexandre Mattos (ex-Cruzeiro) e Paulo Pelaipe (ex-Grêmio e Flamengo).

O Fluminense já não tinha o apoio da Unimed para contratar dirigentes desde a saída de Rodrigo Caetano no fim de 2013, mas agora terá ainda menos dinheiros para investir no futebol. A readequação financeira fez com que o Tricolor preferisse não arriscar com um dirigente mais caro, até mesmo por ver poucas opções viáveis no mercado.

Uma das primeiras tarefas do novo diretor executivo será tentar renovar os contratos de Cristóvão Borges, Diego Cavaleri e Gum. O Fluminense tenta convencer o trio a se adequar à nova realidade sem a Unimed, ou seja, sem uma valorização salarial como é costume ao fim de vínculos no futebol.