Grêmio conta centavos, Inter esbanja. Dupla Gre-Nal tem opostos financeiros
As movimentações de mercado de Inter e Grêmio são tão distantes quanto vermelho e azul. O Internacional considera pagar 3 milhões de euros [R$ 10 milhões] por 50% de Dudu 'nada absurdo'. O Grêmio não renovou contrato de Zé Roberto por não atingir os padrões salariais. O Colorado cogita comprar Henrique, do Napoli, Nilton, do Cruzeiro e até sondou o corintiano Paolo Guerrero. O Tricolor fechou com o meia Douglas sem custo algum e vasculha o mercado cuidadosamente para não errar na contratação de laterais. Exemplos simples que definem as metas da dupla Gre-Nal para reforçar os times em 2015 e evidenciam uma relação de opostos.
O Internacional garante estar saudável financeiramente. No último ano, abafou qualquer informação sobre atraso de salários. Abel Braga, publicamente, descartou que algum centavo estivesse em dívida com jogadores ou funcionários. O mesmo fez o então presidente Giovani Luigi.
Mesmo necessitando de apoio em algumas contratações, como com o chileno Aránguiz ou o argentino Luque, ambos comprados com dinheiro de investidores, o clube vermelho manteve-se jogando alto, e a última chegada do ano foi Nilmar, um jogador nada barato, mesmo que tenha rescindido com seu clube anterior.
Para esta temporada, o ritmo é o mesmo. Nomes em profusão, todos jogadores sob contrato e necessitando de investimento. E mesmo quando precisa disputar o alvo com outros clubes, o Inter se vê em vantagem. Exemplo disso é a investida por Dudu. Podendo pagar mais, o Colorado se considera apto a comprar parte dos direitos do atleta que defendeu exatamente o Grêmio em 2014 e não ficou porque o Tricolor não teve dinheiro para pagar sua compra.
O mesmo não serve ao Grêmio. O clube revive neste ano o cenário da temporada anterior. Precisa cortar gastos. Nenhum jogador que necessite investimento imediato será contratado. O primeiro, Douglas, chega apenas pelos salários, e que não será alto.
O presidente eleito Romildo Bolzan Júnior já definiu que vai marcar sua passagem pelo poder com pagamento de contas. O Grêmio mandou Pará ao Flamengo e parte dos direitos econômicos de Matheus Biteco para sanar uma dívida que tinha 14 anos. O diretor executivo de futebol Rui Costa esteve no Uruguai para acertar outra pendência pela compra de Maxi Rodríguez. E assim o Tricolor inicia uma temporada 'sem glamour', mas prometendo muito empenho e valorização da base.
A diferença evidente nos movimentos de mercado fica ainda mais perceptível nas projeções de folha salarial. O Inter vai crescer, o Grêmio encolher. Enquanto os vermelhos tinham gasto mensal com o futebol em torno de R$ 10 milhões em 2014 e planejam até R$ 12 milhões no ano que vem, os azuis gastavam R$ 7,5 milhões e querem redução para no máximo R$ 5 milhões.
Uma explicação rápida para o investimento pode ser feita com as competições do primeiro semestre. Enquanto o Inter terá pela frente a Libertadores, com visibilidade e lucro de partidas internacionais, no calendário gremista há apenas o Gauchão, um torneio pouco valorizado e, segundo a direção do clube, deficitário.
A relação entre cifras e gols, entre investimentos e títulos, pode ou não ser comprovada. O que fica claro no início da preparação para 2015 é que Inter e Grêmio não disputam o mesmo mercado.
O Grêmio, porém, tem tudo 'mais pronto'. Com direção e comissão técnica definidas [faltando apenas o preparador físico], o clube já tem um reforço confirmado e que será apresentado nesta semana. O Inter vê as opções para treinador reduzirem a cada dia, ainda não oficializou o novo departamento de futebol e reforço algum está garantido.
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