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Oswaldo elogia Mattos, repete promessa de Nobre e avisa: "Quero 34 atletas"

Paulo Nobre e Oswaldo de Oliveira se cumprimentam após assinatura de contrato - Fabio Menotti/Divulgação
Paulo Nobre e Oswaldo de Oliveira se cumprimentam após assinatura de contrato Imagem: Fabio Menotti/Divulgação

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

16/12/2014 12h10

Agora é oficial. Oswaldo de Oliveira é o novo treinador do Palmeiras. Ele assinou contrato na manhã desta terça-feira (16) para substituir Dorival Júnior, demitido após o fim do Campeonato Brasileiro. Junto com ele também chegam o auxiliar-técnico Luiz Alberto, o preparador físico Ricardo Pinto e o analista de desempenho Gabriel Oliveira.

Ele chega como o técnico mais caro da era de Paulo Nobre, ganhando R$ 350 mil, à frente de seus antecessores Gilson Kleina, Ricardo Gareca e Dorival. Para honrar os vencimentos, ele já até repetiu a promessa do presidente, de um time competitivo.

"Realizo um sonho de trabalhar nesse clube com tanta tradição, tanta herança para o futebol brasileiro. Realmente uma emoção muito grande, muito inspiradora e muito motivadora acima de tudo. Vamos buscar ao longo desse ano conseguir restaurar os grandes momentos do Palmeiras. Quero também agradecer ao meu colega Dorival Júnior a quem estou sucedendo, pelo trabalho desenvolvido, pela manutenção da Série A", afirmou em suas primeiras palavras.

"Eu vou montar uma equipe ofensiva se tiver característica disso. A nossa promessa é montar um time competitivo. Foi isso que me apresentaram como projeto", completou.

Além de Oswaldo, o Palmeiras de 2015 terá o diretor de futebol Alexandre Mattos e o gerente Cícero Souza como novidades para a temporada. O primeiro, aliás, recebeu muitos elogios do comandante e já até ouviu o recado de que o ideal é ter 34 atletas no elenco. 

Dentro de campo, a equipe já fechou contrato com Amaral, volante que estava no Goiás, encaminhou acerto com Vitor Hugo, zagueiro que jogou pelo América-MG em 2014, e procura Lucas, ex-lateral do Botafogo, e Rafael Sóbis, atacante do Fluminense. 

Confira as principais respostas de Oswaldo de Oliveira

Sobre Alexandre Mattos, diretor de futebol que assumirá em janeiro

Não conheço o Alexandre pessoalmente, não tive o prazer. Conheço o trabalho dele de uma forma anônima, porque nos últimos anos eu sempre fiz referência à gestão. O trabalho do Marcelo é maravilhoso, mas a diretoria e a administração do Alexandre também. Se vier a acontecer, vai ser um grande reforço ter um profissional desse calibre

Trabalhar com os jovens das categorias de base e argentinos

Gosto, sim, de trabalhar com jovens, porque eles têm muito entusiamo, muita vontade. E aquela coisa de buscar, revelar, dar oportunidade, realmente me excita muito. Me dá muita vontade de trabalhar. Mas não é só com garotos. Eu gosto de trabalhar com jogador bom, tenha a idade que for, inclusive a nacionalidade também. Não me importa se é jovem, se é austríaco ou se for brasileiro. O importante é que sejam bons jogadores, disciplinados e obedientes. Porque, o futebol, hoje, sem disciplina e obediência tática, você pode reunir grandes jogadores, mas se não conseguir isso, não vai progredir. A maior importância não é a faixa-etária.

Sobre ser o primeiro a trabalhar nos quatro grandes do Rio e de São Paulo

Eu nem sabia, não foi esse o motivo que me atraiu. Mas é um motivo de orgulho ter trabalhado nas grandes equipes. Nós hoje estamos iniciando um trabalho. É um trabalho de inteligência, de organização, de planejamento. O trabalho prático vamos iniciar no dia 7 de janeiro. A busca é formar uma grande equipe, individual e coletivamente. Essa é a busca. Isso que vamos procurar fazer e realizar

Passado corintiano pode atrapalhar?

Não, não sou o primeiro, não sou o único e não serei o último. Isso é comum, muitos outros passaram aqui, no Corinthians e vice-versa. O importante é que eu pretendo manter a minha qualidade profissional e realizar um grande trabalho. Talvez melhor do que fiz lá.

Elenco estará pronto no início da pré-temporada?

É muito difícil chegar no início do ano e já ter tudo o que se planeja. Nós vamos tentar fazer, buscar condições para isso. Mas, como eu falei, é uma coisa que pode levar mais tempo. Seria ideal iniciar com o grupo todo já resolvido. Acho muito difícil de conseguir, porque envolve negociação, uma porção de coisas que vocês sabem.

Quais são os pontos fortes e fracos do Palmeiras? O Valdivia é o principal jogador?

Eu não gostaria de me referir a jogadores agora, estou chegando agora. O presidente me telefonou no último fim de semana e, a partir de lá, nós nos acertamos e ainda não deu tempo de ver tudo. Eu confesso que ao longo do Brasileiro, especialmente depois que sair do Santos, não olhava para o Palmeiras com possibilidades de trabalhar. Vejo muitos valores importantes, o Valdivia é um deles, é um grande jogador, com experiência internacional. O elenco tem alguns jovens muito bons, mas na verdade essa questão de elenco vamos analisar com muita calma, tudo isso ainda é uma massa para ser analisada. O número ideal para trabalhar é 34 jogadores. São quatro goleiros e três jogadores em cada função, de preferência com um jovem se aproximando.

Nota da redação: O Palmeiras tem sete goleiros: Jaílson, Fernando Prass, Bruno, Deola, Vinícius, Fábio e Raphael Alemão

Mudança de comportamento após voltar do Japão

Quando a gente entra em uma lagoa, temos um comportamento diferente de quando entramos no mar revolto. Passsei cinco anos no Japão, onde as coisas se encaminhavam maravilhosamente bem. Quando chegava no fim de janeiro, tínhamos o mês de fevereiro inteiro de pré-temporada e aí começava o campeonato em março. Depois, recebia a tabela, tudo direitinho e ali transcorria normalmente. Essa era a lagoa calma. Cheguei no futebol brasileiro com um comportamento completamente diferente. Então... Não poderia, não seria saudável, não teria como me comportar na lagoa se eu estou no mar revolto.

O que te atraiu no Palmeiras?

Conversando com o presidente, ele me passou uma ideia de reformulação no elenco e estabilidade no trabalho que eu não encontrei nos últimos dois clubes. Tive problemas financeiros no elenco, tanto no Botafogo quanto no Santos. E essa ideia da lagoa, de calmaria, me dá uma ideia melhor. Acredito no projeto, no presidente, e quero reeditar mais um ciclo vitorioso do Palmeiras, que eu vi tantos. Quando eu ia no Maracanã para assistir Djalma Santos, Ademir.

O Palmeiras vai lutar de novo para não cair?

Se for resultado do nosso trabalho, do planejamento, você pode ter certeza que não. Mas é difícil de aferir. Vamos disputar uma competição, como muita gente diz, que é a mais difícil dos associados da Fifa. Nenhum outro país você inicia o campeonato tendo dez, 12 candidatos ao título.