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Tite é apresentado e diz que negociou com Corinthians só após o Brasileiro

Do UOL, em São Paulo

16/12/2014 12h17

Tite está de volta ao Corinthians. O treinador foi apresentado nesta terça-feira (16), um ano depois de ter saído do Parque São Jorge. A chegada dele ao clube encerrou uma série de especulações sobre o retorno, que se arrastavam durante meses. Por isso, logo de cara o novo comandante alvinegro negou que tenha conversado com a diretoria durante o Campeonato Brasileiro.

"Eu só abri possibilidades profissionais para o Corinthians e para outros clubes depois do término do Campeonato Brasileiro. Eu queria estar bem comigo mesmo e gostaria que fizessem isso comigo. A partir daí houve outras possibilidades", relatou Tite.

Treinador do Corinthians em um dos períodos mais vitoriosos da história do clube, Tite saiu no fim da temporada passada e foi substituído por Mano Menezes, cuja saída foi definida antes de o Campeonato Brasileiro terminar. Isso intensificou discussões sobre o retorno do ex-técnico.

"As negociações foram a partir do término do Campeonato Brasileiro. Antes, houve um interesse a partir do momento em que foi dito que o Mano não ficaria. Mas as negociações foram apenas depois do Campeonato Brasileiro, e quem diz isso não é apenas o Tite, mas também o travesseiro dele", disse o novo treinador.

Tite assinou contrato de três anos com o Corinthians. A passagem atual é a terceira dele pela equipe paulista - o técnico soma 272 partidas no clube alvinegro, com 131 vitórias, 85 empates e 56 derrotas.

Emerson Sheik volta?

Tite não foi contundente quanto a um possível retorno de Sheik, que tem contrato até o meio do ano com o Corinthians. O atacante teve empréstimo quebrado pelo Botafogo durante o Brasileirão.

"Todos os atletas são patrimônio do clube, serão respeitados e serão trabalhados de forma igual. O Sheik e todos os outros. Ele é atleta do grupo", disse o técnico do Corinthians.

Guerrero vai continuar

Tite e Guerrero - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

Tite evitou comentar a enrolada negociação para renovação de contrato de Guerrero. Disse apenas que conta com o atleta peruano.

"O Guerrero é profissional do clube, tem vínculo até 30 de junho. Então ele está conosco".

Pré- Libertadores

"É intensidade. É pau dentro. Nós já temos experiência em relação a essas situações. Não repetir erros que eu cometi das outras vezes. Primeiro é dizer o quanto é importante para os atletas, nesse momento de férias, eles estarem se cuidando e voltarem numa situação boa no processo físico. Todos esses detalhes ajudam a melhorar a preparação e acelerar a preparação".

Primeiro jogo no Itaquerão

"Só fui uma vez ao estádio, e fui a convite do Andrés [Sanchez]. O estádio estava naquele período de pré-inauguração. Não tenho a dimensão ainda. Ia ao estádio na Copa do Mundo, mas resolvi não ir. Pretendia assistir ao Argentina x Holanda, mas não quis parecer oportunista por causa do momento da seleção".

Pressão por mais títulos

Tite japão - Ricardo Nogueira/Folhapress - Ricardo Nogueira/Folhapress
Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

"Não sei se eu vou ganhar, mas essa conduta eu vou ter. Talvez com um cabelo mais branco e errando menos do que na outra passagem".

Metas após títulos

"Eu conversei com o Bianchi (treinador) quando ele estava no Boca, e ele colocou para mim: Tite, com três Libertadores e Mundiais, o grande desafio nosso é o equilíbrio. Nossa atividade é extremamente exposta, e nós temos de ter enorme equilíbrio".

Volta ao Corinthians

"O clube ter escolhido o profissional me deixa muito feliz. É o clube quem escolhe. Tenho toda a felicidade de ter passado toda essa situação. Carrego junto comigo, e o Corinthians junto consigo sua história. E mais do que isso: a busca de que isso possa se repetir, fazendo todo dia o melhor trabalho possível".

Como foi tratado na saída, em 2013

"Diferenças acontecem. São superadas na medida em que somos seres humanos. Participamos de campanhas extraordinárias, sou muito grato a todos".

Contrato longo

"É a quebra de um paradigma brasileiro. A média de um técnico na Inglaterra é 16 meses. Sou privilegiado de ter um trabalho a longo prazo, o Corinthians sabe isso. As ideias permanecem, independentemente das pessoas. É uma quebra que talvez sirva de exemplo para outros clubes".

Comissão técnica

"É não ficar a mercê do técnico, mas de uma equipe de trabalho, em que pessoas têm essa organização e fazem a roda girar. É importante ter o link com as categorias do base. Nessa roda, às vezes o técnico tem uma visibilidade maior, mas por mais vaidoso que um técnico possa ser, ter a noção exata de que é uma engrenagem em um conjunto. Só vencemos aqui dentro por todas essas competências, senão não tinha vencido".

Momento do Corinthians

"Momento do clube é importante, de transição, e estou sendo contratado. A gente carrega a sombra daquilo que a gente construiu a vida toda. Não sei se vou ter o mesmo êxito, mas vou ter a mesma conduta. Talvez mais maduro, e não cometendo os mesmos erros humanos".

Forma física dos jogadores

"Agora é entrar em contato com cada um atleta e passar o quanto é importante se cuidarem, voltarem em um momento bom físico, sem sobrepeso. Todos esses detalhes para que aumentem a preparação. Vontade de ganhar, todo mundo tem, mas de preparar, é isso que importa. É um recado para os atletas sim, para todos eles".

Memórias do Mundial e Tolima

"A primeira é quando entre em Yokohama, aquela musiquinha faz tremer a perna. A gente estabelece o foco, não podia ver o torceor, a música, tinha que olhar dentro do campo. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, porra. O Tolima eu pensava 'ferrou toda minha ideia, não é possível'. Andrés me deu uma injeção de animo, vamos lá, tem jogo, tem que ir em frente."