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Aidar nega ter pago comissão à namorada e ataca "ciúme" de Juvenal Juvêncio

Eleito com apoio de Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar hoje é rival político do antecessor - Karime Xavier / Folhapress
Eleito com apoio de Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar hoje é rival político do antecessor Imagem: Karime Xavier / Folhapress

Marcelo Freire

Do UOL, em São Paulo

17/12/2014 18h20

O contrato do São Paulo com Cinira Maturana, namorada do presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, abriu nova rusga entre o dirigente e Juvenal Juvênio, ex-mandatário tricolor. Nesta quarta-feira (17), o atual ocupante do cargo negou ter pago comissões à empresáriacriticou o ciúme do antecessor e, de forma exaltada, disparou ataques ao rival.

“O São Paulo não pagou nenhuma comissão a ela. Ela não trouxe um único negócio, embora tenha prospectado vários”, relatou Aidar. “Nós ficamos somente depois da Copa do Mundo, por volta do mês de agosto. Começamos a ter uma relação pessoal, e se ela tivesse trazido algum negócio não seria feito. Portanto, esse contrato é um zero à esquerda. Falar sobre isso é absurdo, maldade, má querência e falta de respeito. As pessoas precisam entender que mandato tem começo, meio e fim. Depois que acabou, não manda mais. Não manda mais! Hoje quem manda no São Paulo são os dirigentes que estão aqui e eu. Eu fui eleito por 240 conselheiros, e não por uma pessoa. Estou cansado de ouvir besteiras nos corredores de gente que fica puxando o saco do ex-presidente. Chega! Para mim acabou! Não falo mais do ex-presidente! Não falo mais desse senhor”, completou o presidente da equipe paulista.

Nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Aidar admitiu que Cinira tem um contrato de comissionamento – ela recebe 20% de negócios gerados para o São Paulo. Segundo ele, o contrato será rescindido caso não prejudique a companheira, mas enfatizou que ela não receberá dinheiro do clube. "Isso já está decidido."

A relação foi questionada na última segunda-feira (15), em reunião do conselho deliberativo do clube. Aidar falou sobre a reunião e disse que três oposicionistas fizeram "discursos descabidos". "Me contive", disse o mandatário.

“Dirigir o São Paulo é muito fácil; difícil é lidar com as pessoas. Já fui presidente desse clube, do conselho e da OAB. Nunca causei problema nenhum aos meus sucessores. Agora, por que isso? Ciúme? Inveja?”, questionou Aidar.

Cinira realizou prospecção entre fornecedoras de material esportivo. Aidar admitiu que ela se reuniu com diversas marcas – o São Paulo tem contrato até o fim deste ano com a Penalty, e depois deve substituir a empresa pela Under Armour. Segundo ele, ela levou um representante da Puma ao clube, mas o negócio não evoluiu.

Na reunião do conselho, o presidente apresentou a proposta orçamentária do São Paulo para a temporada 2015. O orçamento foi suplementado, e o clube trabalha com previsão de déficit de até R$ 60 milhões.

“O orçamento estava mal elaborado. Não estava dentro da realidade do São Paulo. Tivemos de suplementar e apresentamos uma proposta com déficit porque essa é a realidade do clube. Por que maquiar, então? É isso que temos”, completou o presidente.