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Guaraviton foi de chacota a mecenas em 3 anos após patrocínio no Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/12/2014 06h00

Com a saída da Unimed, o principal patrocinador dos clubes do Rio de Janeiro é o grupo Viton 44, que entrou no futebol em 2011 após proposta do Botafogo. Foram três anos de parceria que rendeu muita piada dos rivais no início. Hoje, a empresa é cobiçada pelos adversários, que também lucram com a marca. Fluminense e Flamengo já fecharam acordo, assim como Maracanã – Rubro-negro tenta a renovação para 2015. Vasco tentou mas não conseguiu e Botafogo quer novo acordo.

Na temporada 2014, o grupo Viton 44, que conta com marcas como Guaravita e Guaraviton, investiu quantia superior aos R$ 30 milhões – ele quer repetir em 2015. Em 2011, quando entrou no futebol através do Botafogo, a empresa gastou R$ 6 milhões para colocar sua marca na omoplata da camisa. Portanto, em três anos o presidente Neville Proa aumentou em ao menos seis vezes a quantia investida.

“Eu sou um gênio, muito inteligente e criativo. Alguns amigos ficam espantados com o valor investido. Acham que sou burro? Se coloco o dinheiro é porque eu tenho retorno. Simples. Éramos uma marca sem tradição no futebol e isso chocou um pouco no início. Fizeram piadas. E hoje querem nosso patrocínio. Se falar a quantidade de clubes que me procuram…”, disse Neville Proa ao UOL Esporte.

“O meu produto precisava de uma divulgação digna e isso foi alcançado graças ao futebol. Agora ele é bom, bonito, barato, bem distribuído e bem divulgado. Essa é a fórmula do sucesso. Quero manter o investimento na próxima temporada. Os clubes do Rio de Janeiro têm um potencial muito grande e não sabem aproveitar. Mas eu sei. Uso eles para chegar onde quero. Antes, vendia só no Rio, hoje avancei pelo sudeste e cheguei ao Nordeste, que ama o meu produto”, completou o presidente do grupo Viton 44.

Para a próxima temporada, o Viton 44 já fechou parceria com Fluminense (R$ 14 milhões) e Maracanã (cerca de R$ 4 milhões). Botafogo negocia com a empresa e precificou as seis propriedades disponíveis, que serão escolhidas pelo presidente Neville Proa, que pagará no máximo R$ 15 milhões na próxima temporada. Outro interessado, o Flamengo tem acordo para ampliar exposição e investir aproximadamente R$ 10 milhões, mas ainda encontra problemas burocráticos para assinar contrato.

“Entrar no futebol foi uma tacada de mestre da minha parte. O futebol é a alegria do povo, atinge todas as classes sociais. A mídia divulga a todo momento. Criei uma fantástica distribuição e precisava de uma fantástica divulgação. O futebol foi a mágica da coisa. Mas os clubes estão em situação precária e precisam acertar isso. O Botafogo é um clube gigante, mas o antigo presidente fez tudo errado. Não pode viver só de patrocínio, pois têm um potencial incrível que não sabem aproveitar”, finalizou.