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Pelo Corinthians, Tite troca R$ 10,5 milhões por prêmios e contrato inédito

Ricardo Nogueira/Folhapress
Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

18/12/2014 06h00

Com salários de R$ 700 mil por mês em 2013, Tite aceitou retornar ao Corinthians para ganhar muito menos. Os novos vencimentos do treinador são de R$ 430 mil, o que contraria até uma tendência no início da negociação.

Como Tite assinou um contrato inédito em sua carreira, válido por três temporadas, isso significa que ele abriu mão de aproximadamente R$ 10,5 milhões ao longo desse período. E tudo isso foi pesado no momento em que ele recusou a investida do Internacional nos últimos dias.

No último encontro, o novo presidente colorado Vitorio Piffero disse a Tite que contasse quanto gostaria de receber para voltar ao Inter. Ele estava disposto a manter os R$ 700 mil que o treinador recebia na passagem anterior pelo Corinthians e assinar por duas temporadas, mas faltou sinergia entre as partes. "Ele esteve muito perto de treinar o Inter", conta Gilmar Veloz, agente do técnico.

As contrapartidas oferecidas pelo Corinthians também pesaram para Tite balancear essa diferença que, após três anos, chegaria então a R$ 10,5 milhões. A principal delas foi um contrato de três temporadas, algo raríssimo para treinadores no Brasil. O discurso do próprio Tite, ao longo do tempo, evidenciou esse desejo. Para ele, vale a pena ganhar menos se há estabilidade.

Financeiramente falando, os prêmios que Tite pode ganhar são consideráveis. Caso conquiste a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes, segundo a Folha de S. Paulo, ele irá embolsar R$ 8 milhões. Por sinal, em 2014, o treinador ganhou cerca de R$ 5 milhões de premiações atrasadas por títulos alcançados no próprio Corinthians em sua passagem anterior.

A possibilidade de quebrar um recorde também seduziu Tite. Com 272 jogos como treinador do Corinthians, ele fatalmente superaria Oswaldo Brandão, líder em partidas à frente do clube com 435 jogos, se ficasse por mais três anos. Fazer história é algo que move o técnico.

Ainda assim, tudo pode ser rompido a qualquer momento. Tite e o Corinthians concordaram que não haveria multa rescisória para nenhuma das partes em nenhum momento até dezembro de 2017. Gilmar Veloz, por sinal, é taxativo. "Não existe estabilidade no futebol. Se ele perde, podem mandar embora em março".