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Santos contrata gerenciador de crise e aposta em olheiro de Diego e Robinho

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

18/12/2014 15h00

O presidente eleito do Santos, Modesto Roma, se reuniu na tarde desta quarta-feira com os membros do novo Comitê Gestor do clube. Os dirigentes preparam estratégias para iniciar o processo contra a crise financeira do clube. Por conta disso, a nova diretoria contratou Osvaldo Ribeiro, ex-presidente de uma conhecida empresa de cadeiras de escritório no Brasil, para gerenciar a crise do clube.

Além do gerenciador de crise, a nova diretoria aposta em Dagoberto Santos, que assumirá o cargo de CEO (sigla em inglês para diretor executivo) para colocar o departamento de futebol em ordem. 

O clube também deve anunciar a contratação de Paulo Mayeda, que comandará uma rede de olheiros no Santos. Mayeda foi dirigente do clube paulista no departamento de base na década passada e, inclusive, responsável por lançar a dupla Diego e Robinho.

Após passagem pelo Santos, Mayeda foi dirigente em diversos clubes de menos expressão – casos de São Carlos, Botafogo-PB e Vitória de Santo Antão-PE.

Em relação à reformulação do elenco, o Santos aguarda resolver o problema de salários atrasados para definir algumas conversas já iniciadas.

Por conta disso, a cúpula santista considerou fundamental a contratação de um profissional remunerado para administrar a crise, pois os dirigentes descobriram que o Santos possui dívidas em todos os setores do clube – departamento de futebol, marketing, comunicação, entre outros. No entanto, o imbróglio financeiro que mais preocupa é a folha salarial dos atletas.

O presidente eleito Modesto Roma quer aproveitar a possível renovação do patrocínio máster com a Huawei por mais um ano, encaminhada pela diretoria do atual presidente Odílio Rodrigues, para amenizar o problema de salários atrasados.

A primeira missão de Modesto é evitar uma debandada de atletas logo no início de seu mandato. Isso porque o clube deve dois meses de CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), popularmente conhecida como carteira profissional e, se completar o terceiro mês de débito, qualquer profissional pode apelar à Justiça e sair de graça.

A renovação com a empresa chinesa depende apenas da assinatura contratual. A Huawei está disposta a pagar R$ 18 milhões para seguir estampando sua marca no espaço nobre da camisa do Santos. A nova diretoria pretende antecipar 30% ou 40% dos R$ 18 milhões para resolver o problema dos salários atrasados.

Além dos dois meses de CLT, o Santos deve mais três meses de direitos de imagem (maior parte), além de 13º e férias. A crise financeira se arrastou por toda a temporada. Dos 12 meses do ano, o Santos atrasou os direitos de imagem em dez meses.