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Ele já foi melhor do mundo, quebrou nariz de rival e quase virou presidente

Do UOL, em São Paulo

19/12/2014 06h00

George Weah rompeu barreiras no futebol. Até hoje, é o único jogador africano a ser eleito o melhor do mundo pela Fifa e ainda ganhar a Bola de Ouro, quando os prêmios ainda não eram unificados. Tudo isso aconteceu em 1995, mas Weah não parou por aí. Depois de pendurar as chuteiras, ele virou político e tentou ser presidente da Libéria, seu país de origem. Por pouco não conseguiu.

Se há seis anos Messi e Cristiano Ronaldo polarizam o status de melhor do mundo, Weah desbancou todo mundo para virar o primeiro e único africano a conquistar tal honraria. Deixou para trás europeus como Klinsmann e Maldini. Curtiu seu auge pelo Milan e ainda defendeu times como Chelsea, PSG e Manchester City.

Nesse período, começou a se dedicar a causas humanitárias, enquanto a Libéria vivia sua segunda guerra civil. Com o término oficial do conflito, Weah decidiu se afastar do futebol e se dedicar à política. Em 2005, anunciou sua candidatura a presidente nacional. Foi o mais votado no primeiro turno, mas perdeu no segundo.

Apesar de receber 28% dos votos no primeiro turno, no segundo ele viu os adversários acusarem falta de experiência e de formação acadêmica para um candidato a presidente. Derrotado, foi estudar nos Estados Unidos e voltou em 2011 às eleições da Libéria, dessa vez como candidato a vice-presidente.

Weah também não teve sucesso no segundo pleito, mas virou um símbolo local. Da infância humilde, ele se tornou o melhor jogador do mundo no futebol europeu, tornou-se um representante de importante parcela da população e até hoje tem nas causas humanitárias sua área de atuação. Recentemente, fez campanha para ajudar as vítimas do ebola.

Mas Weah também tem seu lado controverso. Ainda nos tempos de jogador, na saída para o vestiário durante jogo entre Milan e Porto, o ex-atacante partiu para cima do português Jorge Costa e quebrou o nariz do adversário, sendo suspenso por seis jogos.

Weah, contudo, alegou que havia sido vítima de racismo, acusações negadas por Jorge Costa, que processou o liberiano. Começou aí a batalha do então atacante contra o racismo no futebol, numa época em que clubes europeus não davam a devida importância para o problema. Mas Weah já estava na ativa, e não era só como jogador.