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Presidente do Atlético-MG encara cobranças e admite reduzir folha salarial

Do UOL, em Belo Horizonte

19/12/2014 06h00

A situação financeira do Atlético-MG segue sendo a principal preocupação de Daniel Nepomuceno nas primeiras semanas na presidência do clube. Ainda com atrasos, o dirigente reconhece que está diminuindo a folha salarial do elenco, mesmo com renovações de contratos, e garantiu que a chegada de Lucas Pratto não irá onerar o caixa.

“Nós vamos reduzir o valor da folha de pagamentos. Futebol tem de ter essa responsabilidade de não ficar competindo com outros mercados”, disse o presidente atleticano, em entrevista à Rádio Itatiaia. O dirigente descartou concorrer com salários altos do exterior.

“Um time chinês oferece um, dois milhões para o jogador, com o dólar a R$ 2,8. Não tem como competir. Hoje os salários já são altos, o futebol está com dificuldade de manter os salários em dia. Seria irresponsabilidade entrar em disputa com a China, Rússia ou outro país”, observou Daniel Nepomuceno.

A folha salarial atleticana custa mensalmente cerca de R$ 6 milhões. Porém, com algumas saídas de atletas e renovações contratuais, o dirigente pretende diminuir esse valor, para que o time mineiro não tenha tanta dificuldade em quitar os vencimentos.

“Estamos trabalhando com outras questões, patrocínio chegando, promoção no Galo na Veia, injetando dinheiro no clube para começar 2015 com tudo acertado, para pagar todos os direitos de imagem. Não está difícil”, ressaltou Nepomuceno.

Antes do final do Brasileirão e início das férias, o dirigente, que havia acabado de assumir a presidência do Atlético, conviveu com reclamações dos jogadores, que em reunião se mostraram insatisfeitos com os atrasos dos salários e principalmente, dos direitos de imagem, que em alguns casos, estão há seis meses sem serem pagos.

“A questão toda é a insegurança do clube hoje, pois qualquer dinheiro novo pode ser bloqueado. Essa é a verdade. O corpo jurídico tem de estar sempre um passo à frente. Isso me deixa aflito. Não adianta só trazer dinheiro. A gente está vendo a viabilidade do clube de uma maneira até mais tranquila do que pensei que pegaria”, explicou Nepomuceno.

O presidente atleticano informou que os salários de novembro foram pagos por ele nos últimos dias. Agora, ele trabalha para quitar o 13º e férias dos atletas, além dos vencimentos de dezembro, que precisarão serem pagos em janeiro.

Em meio a tentativa de deixar os vencimentos em dia, Nepomuceno trabalhou nos bastidores e acertou a contratação de Lucas Pratto, junto ao Velez. O valor pago foi alto, R$12 milhões, mas que foi quitado por investidores que ajudaram o alvinegro mineiro.

Nepomuceno garante que o gasto com o centroavante não influenciará no pagamento dos salários mensais. “A gente teve investidores. Quando começou a ventilar o nome do Lucas Pratto, pessoas que investem no futebol entraram em contato com a gente. Vão ser parceiros. Infelizmente, não tem tantos investidores para pagamentos de salários”, ressaltou.

“Em relação ao Pratto, não foi difícil conseguir parceiros. Isso não mudou em nada as finanças do clube. Foi uma questão paralela. O Lucas Pratto ainda se tornou o melhor jogador argentino do ano. Quer dizer, ele se valoriza, já entra com maior valor. O parceiro saiu ganhando em dois dias”, observou Nepomuceno.