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Só um terremoto tira a Copa do Qatar, diz Blatter

AFP PHOTO/TASSO MARCELO
Imagem: AFP PHOTO/TASSO MARCELO

Do UOL, em São Paulo

19/12/2014 12h29

A Copa do Mundo de 2022 será no Qatar e ponto final. É assim que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, trata os questionamentos sobre uma possível troca de sede. O apoio é tanto que ele não tem o menor medo ao afirmar que só um “terremoto” forçará uma mudança.

“Temos que definir o momento do ano em que se disputará a Copa de 2022, mas seguimos adiante com os planos. Como disse: só um terremoto poderia fazer com que repensássemos a decisão. Com os elementos atuais, não há motivos para dar ré”, afirmou durante entrevista coletiva em Marrakesh.

A comparação de Blatter acontece para rebater qualquer chance de aparição de novos elementos de grande importância que tumultuem ainda mais a decisão de realizar o Mundial no Qatar.

A declaração foi feita no mesmo dia em que o comitê executivo da Fifa concordou de forma unanime publicar uma "versão apropriada" de um polêmico relatório em que se revelam supostas atos de corrupção no processo de escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022.

Até o momento só se conhece publicamente um resumo do informe. Segundo o autor do relatório, o advogado americano Michael Garcia, a versão sucinta não reflete adequadamente os resultados completos da investigação.

A decisão da Fifa de abrir o relatório acontece um dia depois da renúncia de Garcia do comitê de ética da entidade, em protesto contra a forma como suas investigações vinham sendo tratadas internamente.

Segundo a Fifa, o relatório será tornado público assim que as investigações forem concluídas. Cinco funcionários da entidade estão sob suspeita de conduta ilícita nos processos que escolheu Rússia e Qatar como sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente.

A medida representa uma guinada de postura por parte da Fifa, que inicialmente rechaçou as pressões de Garcia para que a investigação fosse conhecida pela opinião pública.

O relatório de Michael García foi resultado de um ano e meio de investigações e conta com 350 páginas. Ao todo, 75 pessoas foram entrevistadas, rendendo mais de 200 mil páginas de declarações. A Fifa afirmou em novembro que o documento apresentava apenas "irregularidades isoladas", sem acusações contundentes.