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Fluminense revê fantasma e prepara defesa para evitar volta das penhoras

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/12/2014 06h00

O Fluminense viu ressurgir nos últimos dias um fantasma que julgava ter afastado com a volta à Timemania e a entrada no Refis: as penhoras, que tanto atrapalharam a vida tricolor durante o fim de 2012 e 2013. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional reclama 5,4 milhões de euros (cerca de R$ 17 milhões) relativos à parte do time na venda do atacante Wellington Nem ao Shakthar Donetsk-UCR que estavam bloqueados judicialmente, mas acabaram entrando na conta do clube durante este ano.

A entrada dos R$ 17 milhões (60% do total da transação) no Fluminense ocorreu sem o conhecimento da Fazenda Nacional. A quantia estava retida pelo Banco Central, mas foi liberada após a volta do clube à Timemania e a adesão ao Refis. O entendimento da instituição – compartilhado pelo Tricolor – é de que a causa para a penhora havia sido encerrada com os dois episódios, interpretação não compartilhada pela Fazenda.

O impasse promete trazer dor de cabeça aos dirigentes do Fluminense. A notícia de que o dinheiro da venda de Wellington Nem entrou nos cofres das Laranjeiras acabou gerando questionamentos sobre o destino da quantia. Por isso mesmo, o presidente Peter Siemsen se apressou a explicar a situação no conselho deliberativo do clube, na última quinta-feira.

Durante a reunião extraordinária do conselho tricolor, o assunto surgiu como um dos principais pontos de uma explicação de Peter sobre a atuação situação do Fluminense e as perspectivas para 2015. Segundo o mandatário, o clube das Laranjeiras já prepara defesa baseada em sua visão dos fatos para impedir uma nova investida da Fazenda.

As penhoras foram apontadas pelo Fluminense como um dos principais motivos para o time ter fracassado em 2013. Na ocasião, o Tricolor teve as receitas bloqueadas pela Fazenda Nacional e passou por dificuldades para manter suas contas em dia. A crise financeira quase terminou em rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o que só não aconteceu por causa das punições de Flamengo e Portuguesa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Hoje, uma eventual penhora das receitas do clube tem tudo para ser ainda mais traumática. Se em 2013 grande parte dos pagamentos do futebol tricolor eram executados diretamente pela Unimed Rio, atualmente o Fluminense arca com uma fatia maior da folha salarial de seu elenco, ou seja, um atraso atingiria jogadores como Diego Cavalieri, que acabou de renovar contrato por 4 anos e agora receberá somente do time das Laranjeiras.