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Santos perde 80% em direitos de atletas por dívidas de Damião e F. Anderson

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

06/01/2015 06h00

A antiga diretoria do Santos, liderada por Odílio Rodrigues, vendeu os direitos econômicos do lateral Daniel Guedes e dos atacantes Gabriel e Geuvânio à Doyen Sports para pagar dívidas envolvendo as transações de Leandro Damião e Felipe Anderson.

No total, o Santos perdeu 80% em direitos de atletas. O UOL Esporte apurou que o clube cedeu 20% de Gabriel Barbosa e ficou com apenas 40%, já que detinha apenas 60%. No caso de Geuvânio, o clube tinha 70% do atleta e deu 35% aos investidores. Em relação a Daniel Guedes, o alvinegro praiano só tinha 50% e ainda repassou metade a Doyen, ficando apenas com 25%.

Tudo isso para pagar uma dívida com os investidores. Isso porque o Santos não repassou a Doyen parte do dinheiro da transferência do meia Felipe Anderson a Lazio, da Itália, em 2013. O grupo maltês detinha 50% dos direitos econômicos do meia negociado com o futebol italiano.

Além disso, a cúpula de Odílio Rodrigues voltou a ficar em dívida com a Doyen Sports no pagamento do atacante Leandro Damião ao Internacional. Isso porque o grupo de investidores repassou ao Santos o valor de uma das parcelas para pagar o clube gaúcho, mas a diretoria alvinegra utilizou o dinheiro para outros fins. Por conta disso, a Doyen teve que fazer um novo empréstimo ao clube paulista.

O Santos cedeu porcentagens dos jovens mais valorizados do elenco. Geuvânio tem contrato até dezembro de 2017, enquanto Gabigol tem vínculo até setembro de 2019 e Daniel até dezembro de 2016.

Dos três jogadores negociados com a Doyen Sports, Gabriel é o mais valorizado. Enquanto parte dos direitos econômicos do jogador era repassada, o agente Wagner Ribeiro acenava com o interesse do Wolfsburg-ALE em contratá-lo por cerca de 13 milhões de euros - a multa rescisória é de R$ 50 milhões.

Realizada de maneira pouco transparente, a negociação não impediu que as contas do clube fossem entregues em situação difícil. Na última semana, o UOL Esporte divulgou que o Santos teve telefones celulares cortados, tem dois meses de salários e três meses de direitos de imagem vencidos com o elenco e deve até para uma floricultura. Sequer o 13º salário e férias foram pagos aos jogadores. A dívida fiscal foi elevada para aproximadamente R$ 75 milhões.