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Andrés pode colocar Corinthians à frente por Conca. SP se vê longe

Dassler Marques, Guilherme Palenzuela e Vanderlei Lima*

Do UOL, em São Paulo

07/01/2015 06h00

O Fluminense tem em mãos, segundo a Unimed, uma proposta de US$ 8 milhões (R$ 21,6 milhões) de um clube da China pelo meia argentino Dario Conca. Ninguém, hoje, bate tal valor. Por enquanto, Corinthians, Flamengo e São Paulo acenam com propostas de aproximadamente R$ 4 milhões. Mas, agora, pelo menos um desses parece ter chances de mudar esse cenário: o Corinthians espera aval do ex-presidente Andrés Sanchez para realizar uma oferta superior à atual e superar a concorrência.

A Unimed, detentora de 80% dos direitos econômicos do jogador e mantenedora de dois terços de seu salário no Fluminense, já havia admitido propostas iniciais de Corinthians, Flamengo e São Paulo. Agora, depois de anunciar a milionária proposta chinesa - que seria do Dalian Aerbin - o presidente Celso Barros também revela que é Andrés Sanchez que pode recolocar o Corinthians à frente na negociação. Mesmo sem cargo oficial no clube, o ex-presidente ainda comanda o clube em diversos temas, principalmente agora, momentos antes da eleição presidencial.

"Houve uma proposta apresentada pelo Flamengo, e o Fluminense recusou. E tem o Corinthians, que poderá apresentar uma proposta. Tem que esperar o Andrés [Sanchez] chegar, parece que ele está fora, mas eu acredito que vai ter uma proposta pelo o que eu acompanhei", diz Barros, ao UOL Esporte.

O presidente da Unimed afirma, mais uma vez, que conversou com o gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, e que o clube agora aguarda Andrés Sanchez para avançar. "Eu falei com o Edu e tem esta história, que o Andrés vai chegar, e então a gente deve conversar. E, claro, tudo tem que ser encaminhado ao Fluminense, mas estão esperando o Andrés chegar. É essa a informação que eu tive", afirma.

No mercado do futebol, há outras informações que colocam o Corinthians à frente, dentro do Brasil, na briga por Conca. A diretoria do São Paulo já dava na noite desta terça-feira a negociação como improvável. O clube fez uma oferta há duas semanas que envolvia pagamento em patrocínio, recusada pela Unimed. Até agora, mantém negociação, mas não fez nova oferta e não vê chances de vencer a concorrência. Conca era visto pelo São Paulo como revanche contra o Corinthians após a negociação com o também meia Dudu, de 22 anos, que decidiu jogar no rival.

O Palmeiras, outro rival corintiano, também se interessou pela contratação do argentino. Nos últimos dias, a diretoria do presidente Paulo Nobre fez consultas e sonhou alto com a possibilidade, mas chegou à conclusão que será difícil. Na avaliação dos dirigentes palmeirenses, o Corinthians é favorito para contar com o jogador do Fluminense.

Por deter a maior parte dos direitos econômicos e pagar dois terços do salário do jogador, a Unimed é ponto chave na negociação. Disposta a reduzir custos, a empresa está aberta a negócios em que possa recuperar parte do que investiu para contratá-lo há um ano e também diminuir suas despesas com o elenco do Fluminense.

A situação do jogador inspira maiores cuidados para a direção do Fluminense. No fim do Campeonato Brasileiro, Conca foi procurado para discutir um novo contrato que tiraria a responsabilidade de pagamentos da Unimed. O argentino foi o único jogador do elenco a negar essa possibilidade, sobretudo porque recusou oferta alta do futebol chinês recentemente. Por lá, receberia quase o dobro do salário atual de R$ 750 mil.

Em contrapartida, o Fluminense está disposto a dificultar ao máximo a liberação de seu maior ídolo. A avaliação é que perder Conca traria prejuízos técnicos e com a torcida. Vice de futebol, Mário Bittencourt pretende concorrer à presidência em 2016 e entende que negociar o meia seria um duro golpe.

*Colaboraram Danilo Lavieri e Rodrigo Paradella