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Destaque do último título, Bruno deixa o Palmeiras pela porta dos fundos

Danilo Lavieri e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

09/01/2015 06h01

Completando 18 anos de casa em 2015, Bruno terá um fim de passagem melancólica no Palmeiras. O goleiro foi afastado no seu último ano de contrato, passou a treinar separado de seus colegas, sempre em horário alternativo, e acabou negociado com o Santa Cruz-PE.

Campeão da Copa do Brasil em 2012, com direito ao prêmio de melhor goleiro da competição, Bruno disse entender a decisão e que são coisas do futebol, mas não escondeu que fica chateado com a situação.

"Eu faço 18 anos de clube, não é qualquer coisa. E não sou burro. Quando o Oswaldo falou que só queria quatro goleiros, eu entendi. Graças a Deus sou bom de matemática e vi que não teria espaço para mim, ainda mais com o Vinícius fazendo um campeonato sub-20 muito bom. Ele e o Fábio são o futuro do Palmeiras", afirmou.

"É ruim ser afastado assim, né? Nunca tinha passado por isso. São 18 anos, não cheguei ontem, é uma vida, uma história. Mas tudo bem, são coisas do futebol. Amanhã chega outro treinador que gosta de mim e eu jogo", completou.

Sem empresário, Bruno é quem cuida do seu futuro. De acordo com o goleiro, o que mais marcou negativamente a sua passagem foi o erro na partida contra o Tijuana, nas oitavas de final da Libertadores de 2013, quando ele falhou de forma decisiva para a eliminação alviverde.

Segundo ele, nem mesmo a sombra de substituir o grande ídolo Marcos foi tão decisiva quanto o lance que o afastou das opções usadas no clube.

"Em 2012, eu fui campeão, joguei bem em 2012 no Brasileirão, sempre dei a cara a tapa ao lado do Maurício Ramos, dando entrevistas e tudo mais. E eu levei muita culpa nessa época, sendo que se você chamar alguém que entende de futebol, vai achar três, quatro falhas. Eu era o segundo goleiro que mais fazia defesas difíceis, só atrás do Cavalieri. Depois, joguei a Série B muito bem, fiz os sete primeiros jogos, o que precisaria de muita personalidade", afirmou Bruno.

"E acho que nem foi a sombra de Marcos. O mais difícil eu fiz, que foi jogar e ser campeão nacional, mesmo depois do Marcos. A pressão em cima de mim, talvez, aconteça pelo tempo de casa que tenho", completou.

O afastamento fez com que Bruno não tivesse chances de jogar no Allianz Parque. Ele torce para que, um dia, consiga atuar no novo estádio palmeirense. "Quem sabe eu posso voltar para lá e jogar contra?".