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Guilherme ganha cuidados especiais para conduzir o Atlético-MG em 2015

Atlético prepara Guilherme para superar o número de jogos que fez em 2014 - Bruno Cantini/CAM/Divulgação
Atlético prepara Guilherme para superar o número de jogos que fez em 2014 Imagem: Bruno Cantini/CAM/Divulgação

Victor Martins

do UOL, em Belo Horizonte

13/01/2015 06h00

Guilherme chegou ao Atlético-MG em março de 2011 como presente de aniversário para o clube, que completava 103 anos, em 25 de março, data que o meia-atacante se apresentou na Cidade do Galo. Na época o custo da contratação foi de R$ 14 milhões, então a mais cara da história do Atlético e quarta do futebol brasileiro. Quatro anos depois, Guilherme já ganhou bastante respeito da torcida, mas jamais foi o líder técnico da equipe. Algo que o clube espera mudar em 2015 e faz com que o jogador receba cuidados especiais.

Com o contrato perto de vencer, daqui dois meses, a permanência de Guilherme é um assunto que divide a torcida. Apesar dos discursos distintos nas entrevistas, o UOL Esporte apurou que o acerto está perto de acontecer. Mas o custo benefício do jogador é bastante questionado. Embora tenha feito o segundo gol do Atlético diante do Newell’s Old Boys, pela semifinal da Libertadores 2013, o que possibilitou ao time ir para a disputa de pênaltis. A quantidade de lesões sofridas pelo atleta deixa qualquer torcedor de cabelo em pé.

Desde que desembarcou na Cidade do Galo, há quase quatro anos, Guilherme teve 13 lesões. Por opção dos treinadores ou por falta de condições clínicas, o jogador esteve em campo em 130 das 242 partidas que o Atlético disputou desde maio de 2011, quando Guilherme ganhou condição de jogo. Portanto, Guilherme atuou em 54% das partidas da equipe nesse período.

O número só não é maior por conta da passagem de Ronaldinho por Belo Horizonte. Considerado reserva imediato do astro, Guilherme ficou no banco inúmeras vezes e nem sequer entrava nas partidas. Ao ser questionado sobre o número de lesões e os jogos que disputou, Guilherme ressaltou que em 2014 foram apenas duas vezes que se machucou. Além disso, os 45 jogos no ano são um recorde pessoal, o que comprova que ele realmente está numa evolução física.

“Se puxar ano a ano, eu só tive evolução. Em 2014 eu tive somente duas lesões, o que é aceitável. E a tendência é só ir melhorando. O pessoal aqui já me conhece, sabe o meu comportamento e como funciona. Mas se eu tiver mais uma lesão, é a 30ª, é a 40ª, porque (a imprensa) vai puxar lá de trás. Só que não é bem assim, se a gente pegar temporada por temporada. A tendência é que esse ano (2015) seja melhor ainda”, comentou o atleta, o sétimo que mais atuou pelo clube na temporada passada.

E Guilherme comenta o assunto com propriedade. Tudo o que jogador disse é confirmado por Roberto Chiari, fisiologista do Atlético. “Ele realmente vem nessa evolução. O Guilherme é um atleta que a gente aprendeu a lidar com ele, as maneiras de respeitar as individualidades biológicas e com isso a gente teve um resultado muito importante na temporada passada. O Guilherme é um atleta que tem uma confiança muito grande nos profissionais do clube e isso ajuda demais. Dentro disso o aproveitamento dele na temporada passada foi muito bom”, explicou Chiari ao UOL Esporte. O fisiologista do Atlético ainda ressaltou o tempo e trabalho com Guilherme.

“Nossa função é saber que temos que lidar de formas diferentes com atletas diferentes. A gente sabe que o Guilherme demanda alguns cuidados especiais, então a gente respeitando esses cuidados, ele vai ter um aproveitamento muito bom. Assim como ele já teve em 2014. Ele teve apenas duas lesões o ano inteiro e produziu muito para o time, jogou muitas vezes. Dentro disso, podemos considerar que já temos uma boa sintonia para lidar com esse atleta”.

Com o aval do departamento físico para renovar o contrato com Guilherme, a diretoria também já tem o posicionamento do treinador. Levir Culpi não esconde que considera o jogador um dos melhores do Atlético e diz contar com ele para 2015. “Na parte técnica seria um prazer continuar com ele novamente. Gostaria de contar com ele aqui e vamos fazer força para que isso aconteça”, comentou o treinador, que junto de toda a comissão técnica trabalha para que o meia jogue ainda mais vezes nesta temporada.

Se Guilherme quer ficar, o Atlético quer que ele fique, o treinador aprova e o departamento físico recomenda, então o que falta que para tudo seja acertado? O próprio jogador diz que os detalhes que o separam do acerto com o clube vão além do lado financeiro. Guilherme quer sentir-se valorizado, não apenas no salário, mas no status dentro do elenco. Ser considerando importante para o Atlético, é o que mais deseja o meia. “São questões de contrato, nada que o clube não possa arcar, está dentro dos padrões. Tem uma coisa que é um sentimento, tem que ficar porque precisa, não porque vai ter um rombo pelo investimento. Quero ficar porque precisam de mim, porque gostam de mim. É uma questão minha”, explicou Guilherme.

Então, problema resolvido, pelo menos para Levir Culpi. Com a palavra o treinador do Atlético: “Eu conto com ele. Nós nos entendemos muito bem, gosto muito dele. É um cara especial, não é normal. A história dele é triste, mas ao mesmo tempo é feliz. Chegar até onde ele chegou, não é para qualquer um”.