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Romarinho tenta fugir da sombra do pai. Outros atletas não conseguiram

Bruno Braz

Do UOL, em Pinheiral (RJ)

15/01/2015 06h01

Com uma nova oportunidade de deslanchar na carreira, fruto da relação de amizade entre seu pai Romário e o presidente do Vasco, Eurico Miranda, o atacante Romarinho, de 21 anos, tenta fugir da sina de fracassos que filhos de grandes craques colecionam ao longo do tempo no futebol.

O peso do sobrenome e as inevitáveis comparações com os pais consagrados já foram fatais para muitos que tentaram seguir os mesmos passos no mundo da bola. Herdeiros de Pelé, Zico, Claudio Adão, entre outros, foram algumas das vítimas que não conseguiram suportar tal fardo.

No cenário atual brasileiro, além de Romarinho, ainda buscam um lugar ao sol e uma superação da desconfiança do público o meia Mattheus, filho de Bebeto e companheiro de Romário no tetra mundial da seleção brasileira em 1994, o volante Fábio Braga, herdeiro do técnico Abel Braga, e Rodrigo Dinamite, discípulo do ídolo vascaíno Roberto Dinamite.

Mattheus, de 20 anos, era visto como promessa no Flamengo, mas desde que se profissionalizou, nunca conseguiu emplacar. Na semifinal da Copa do Brasil do ano passado, ganhou uma chance do técnico Vanderlei Luxemburgo e entrou no segundo tempo da partida de volta contra o Atlético-MG. Acabou não indo bem, o Rubro-Negro foi eliminado e o peso da desclassificação caiu, em boa parte, nas suas costas. Em baixa, entrou no grupo de jogadores do clube que não serão aproveitados em 2015 e está treinando à parte do grupo que participa da pré-temporada em Atibaia.

Fábio Braga, de 22 anos, se profissionalizou no Fluminense, mas assim como Mattheus, nunca emplacou. Ano passado atuou por empréstimo no América-RN e, em dezembro, teve seu contrato com o Tricolor encerrado. Atualmente está sem clube.

Já Rodrigo Dinamite, de 21 anos, além de ser filho de um dos maiores ídolos do Vasco, ainda carregou para si por muitos anos o peso de ser o herdeiro do presidente do clube também. Após alguns empréstimos ao Duque de Caxias, teve seu contrato encerrado com o Cruzmaltino em dezembro de 2014. Com a posse de Eurico Miranda, o jogador, como já era esperado, não teve o vínculo renovado.

Para Romarinho, uma das válvulas de escape para fugir da pressão é evitar ler e ouvir comentários a respeito de críticas ou comparações ao seu pai.

"Vai ser sempre essa pressão, com gente falando mal, fazendo comparações. Mas eu não leio comentários, não me importo. O que eu quero mesmo é jogar meu futebol e ser feliz", desabafou o atacante, que dispensou a camisa 11 no Vasco.

Após sua apresentação, o filho do Baixinho postou em seu Instagram uma foto com a camisa cruzmaltina e a legenda: "Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você. Estou de volta!".

Alguns conseguiram vingar
Embora não sejam muitos, existem jogadores que conseguiram se firmar na carreira profissional de jogador de futebol. Djalminha, filho do ex-jogador da Seleção Brasileira da década de 60 Djalma Dias, é um dos exemplos, tendo passagens marcantes por Flamengo, Palmeiras e La Coruña (ESP).

Atualmente, quem parece ter dado um tiro certo com os filhos foi Mazinho, tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira. Seus herdeiros estão atuando em grandes clubes da Europa. Thiago Alcântara, no Bayern de Munique (ALE), e Rafinha Alcântara, no Barcelona (ESP).

No Brasil, há exemplos de atletas que, se não foram brilhantes, tiveram carreiras equilibradas como Alexandre Torres, filho do capitão do tri Carlos Alberto Torres, Gabriel, filho do ex-corintiano Wladimir, entre outros.