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Ele chegou ao BBB com fama de galã. Mas no futebol já atraía maria chuteira

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

19/01/2015 06h01

Rafael Selbach Licks realizou o sonho de milhares de pessoas ao ser escolhido um dos novos participantes do Big Brother Brasil 15. Para entrar na casa mais famosa do país, ele abandonou a carreira de jogador de futebol, apesar de seus companheiros de time revelarem que ele tinha talento dentro de campo e também fora dele.

Rafael começou sua trajetória nos gramados ainda criança no Figueirense. Nos primeiros anos de base conseguiu se destacar como armador. Segundo os amigos, era um meia de velocidade que chegava com facilidade ao ataque. Chegou a ser artilheiro de um torneio sub-17 em 2009: o SC Cup.

E a fama de artilheiro não vinha só do desempenho nos gramados. Ainda adolescente, Rafael chamava a atenção pelo sucesso que fazia com as mulheres. Os cuidados excessivos com a aparência, os olhos claros e os cabelos loiros atraíam as marias chuteiras. Não é à toa que já foi apontado como o galã da 15ª edição do BBB antes mesmo de o programa começar.

O goleiro do Figueirense Luan, que jogou com Rafael na base, entrega o amigo. “Nossa senhora, o bicho era complicado, não dava para competir com ele não. As meninas não saíam de cima dele e ele aproveitava”, conta.

“O futebol já tem essa fama, né? Que tem maria chuteira. Ele fazia muito sucesso. Como você deve ter visto, ele já está sendo considerado o muso do BBB, ele tem um estilo galãzinho que fazia sucesso. Por ele ser mais bonito, tinha muita mulher em cima dele, ele tirava de letra”, completa outro colega da época, o lateral direito do Figueira Marquinhos Pedroso.

Apesar do início promissor, a carreira de Rafael não emplacou.  Rafael foi emprestado para ganhar experiência em times menores, mas sofreu com lesões e acabou não tendo muitas oportunidades.

“Ele foi muito prejudicado pelas lesões desde a base, isso o atrapalhou muito. O joelho dele sempre inchava, ele ficava bem triste. Depois dos jogos ele tinha sempre que ficar tratando. Mas com certeza ele tinha futuro, acontece de muitos craques não terem sequência. Mas ele era um jogador de muita qualidade. Fiquei sabendo na metade do ano que ele ia parar e fiquei bem impressionado, ele tinha o sonho de jogar futebol”, disse Marquinhos Pedroso.

Rafael foi emprestado ao Brasil de Farroupilha em 2012. No ano seguinte, voltou ao Figueira e teve nova passagem pelo clube gaúcho. Ele atuou ainda pelo Nacional de Muriaé para a disputa do Campeonato Mineiro em 2014. Mas teve poucas chances e só atuou em dois jogos.

No segundo semestre, foi transferido para o seu último clube, o Botafogo-SP, mas nem chegou a entrar em campo. Rafael chegou com as competições já em andamento e amargou mais uma vez o banco de reservas. Desanimado, acabou desistindo da carreira para cursar a faculdade de Administração.

“Ele ficou pouco tempo, não chegou a jogar partidas oficiais. A gente estava no meio do campeonato e ele acabou não sendo convocado. Mas ele tinha boa qualidade, era um armador com característica de bastante velocidade, fazia a função do meio para a frente e atuava como um segundo atacante”, afirmou o técnico da equipe Alexandre Ferreira.

O treinador elogiou o jogador e disse que ele poderia ter insistido um pouco mais. “Ele me disse que por situações particulares ia parar. Se ele continuasse, acredito que poderia ter uma ascensão. Mas a gente entende que não é fácil estar fora de casa, é difícil, muitas vezes há uma dúvida sobre a carreira, se vai conseguir atuar em um time grande, alguns se perdem no caminho”.

Rafael pendurou as chuteiras para estudar, mas o plano acabou sendo adiado para entrar na casa mais famosa do Brasil. A participação no programa pegou todos os ex-colegas de surpresa.  A grande curiosidade é como será o desempenho não mais nos gramados, mas confinado dentro da casa.

Os colegas de Rafael dizem que ele não é de levar desaforo para casa. Será que vai protagonizar algum barraco?

“Não podia pisar no calo dele não, aí ele se mostrava, era um cara pacato, mas não aceitava tudo não. Era na dele, desde que não prejudicasse. Por exemplo, quando ele recebia uma chegada mais forte no treino ficava bravo. Discutia um pouco, não ia para brigar, mas reclamava”, diz Patrik que atuou com o BBB no Nacional de Muriaé.

Apesar da personalidade forte, os amigos também o consideram uma pessoa tranquila e amiga, que nunca causou problemas de relacionamento nos clubes por onde passou.

“Era um cara muito divertido, engraçado, de falar bobice. Sempre se relacionou bem com todo mundo, simpático, comunicativo, inteligente, uma pessoa bem sociável. Se ele repetir isso, acredito que tem boas chances de ganhar o programa”, diz Marquinhos Pedroso. "Vamos torcer demais para ele. Até fazer campanha nas redes sociais", afirma Luan que passou o último Réveillon com Rafael em Punta del Este, no Uruguai.

Fato é que todos vão ficar ligados na TV para acompanhar cada passo de Rafael no BBB. E se depender dos amigos boleiros, Rafael vai passar longe do paredão.