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Ambiente no Cruzeiro pode ajudar Riascos a superar instabilidade emocional

No Cruzeiro, atacante terá a chance de superar as últimas e recentes quedas na carreira - AFP PHOTO / Evaristo SA
No Cruzeiro, atacante terá a chance de superar as últimas e recentes quedas na carreira Imagem: AFP PHOTO / Evaristo SA

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

20/01/2015 06h00

A experiência ele adquiriu. Faro de gols, já mostrou que teve. Falta então um grupo de qualidade e um ambiente confortável que o dê oportunidades para resgatar seu futebol. Esse será o novo cenário de Duvier Riascos no Cruzeiro a partir desta terça-feira, quando apresentado oficialmente pelo clube. Na nova equipe, o jogador buscará a tranquilidade que não teve nos últimos anos para superar seus traumas.

Riascos chegou ao Tijuana em 2012, mas foi no ano seguinte em que se tornou o goleador da equipe. Até a eliminação na Libertadores de 2013 e o primeiro grande baque. Buscando respirar novos ares, o atacante deixou o clube uma semana depois do fatídico pênalti defendido por Victor, nas quartas de final do torneio.

A saída do clube significou também o distanciamento de Antonio Mohamed, técnico dos Xolos. Uma espécie de guia emocional do jogador que oscilava as boas atuações com destemperos e exageros em campo. Em 65 jogos pelo Tijuana, o colombiano marcou 22 gols, mas levou 19 cartões amarelos. No Pachuca, as infrações diminuiriam. O psicológico não. E Riascos não voltaria a ser o mesmo.

“Libertadores exige experiência em relação ao estilo de jogo, pressão das torcidas. Isso tudo cria um ambiente que pode tirar o foco dos jogadores. No mínimo gera um desgaste”, conta o psicólogo esportivo Eduardo Cillo, ao UOL Esporte.

A relação complicada no Pachuca refletiu não somente nos três gols em 18 compromissos. Dentro dos vestiários, faltava ambiente. Fora de campo, o jogador entrou em polêmicas ao ponto de discutir com torcedores em uma rede social. Encabeçou a lista negra da diretoria e não durou menos de quatro meses.

A nova oportunidade surgiu em 2014, no Morelia. Mesmo com o veterano Hector Mancilla no time, Riascos chegou para ser o cara da equipe. O plantel, porém, passou por uma grande reformulação e o peso caiu todo em cima do novo reforço. Novamente, o atacante sucumbiu. E o desempenho, mais uma vez, refletiu em campo. Três gols em 21 jogos, sendo último deles no mês de agosto.

Agora no Cruzeiro, o colombiano encontrará dentre os atuais bicampeões brasileiros, o técnico Marcelo Oliveira. Nos últimos dois anos, o comandante deu provas suficientes de como lidar com um elenco repleto de bons jogadores sem perder o grupo.

“Isso faz toda a diferença no ponto de vista coletivo, de juntar o pessoal, estimular e fazer todo mundo falar a mesma língua”, acrescenta Eduardo.

E é por este caminho que o Cruzeiro pretende fazer de Riascos mais um vitorioso no atual plantel. O primeiro teste será internacional, contra o Shakhtar, no dia 25.  Já no Campeonato Mineiro, a estreia está marcada para o dia 1º de fevereiro, contra o Democrata de Governador Valadares. Apesar da titularidade não garantida, o estadual poderá servir para o atacante recuperar o bom futebol e quem sabe voltar a atuar na Libertadores, onde um dia já foi destaque com outra camisa.