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Seleção permanente de futebol feminino tem piso salarial e sonha com Marta

Brasileira Marta foi uma das finalistas da Bola de Ouro, prêmio dado pela Fifa em janeiro de 2015 à melhor jogadora do mundo na temporada anterior - FABRICE COFFRINI/AFP PHOTO
Brasileira Marta foi uma das finalistas da Bola de Ouro, prêmio dado pela Fifa em janeiro de 2015 à melhor jogadora do mundo na temporada anterior Imagem: FABRICE COFFRINI/AFP PHOTO

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 16h53

Após um período de férias, a seleção brasileira de futebol feminino vai iniciar na próxima segunda-feira (26) uma nova fase. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) decidiu criar uma equipe permanente, que seguirá reunida até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. O grupo será formado inicialmente por 27 atletas (quatro goleiras e 23 de linha), com piso salarial de R$ 9 mil mensais. E o sonho da entidade agora é incluir no projeto a meia-atacante Marta, principal nome da modalidade no país, que defende atualmente o FC Rosengard (Suécia).

“A partir do momento em que eu fui contratado, fui atendido em tudo que solicitei. O último pedido foi a seleção permanente: a gente entendeu que teria uma chance maior de melhorar a performance das atletas se fizesse um trabalho homogêneo do começo ao fim e tivesse um nível maior de competitividade. A CBF fez um grande investimento, tirou as atletas das equipes em que elas estavam e vai pagar os salários para a gente ter uma equipe mais forte”, disse Oswaldo Alvarez, o Vadão, técnico da seleção feminina.

Inicialmente, a seleção feminina vai treinar na Granja Comary, mesmo espaço usado pelos homens. O time vai fazer um período de um mês de preparação para disputar um torneio em Algarve (Portugal) e depois focará atenções na Copa do Mundo de 2015, que será disputada no Canadá.

“A seleção permanente foi tudo de bom para nós. Não é a salvação da lavoura, mas é a melhor opção que tínhamos agora”, opinou Fabrício Cândido Maia, coordenador-técnico de seleções femininas da CBF.

A criação da equipe permanente foi uma solução encontrada pela comissão técnica para reduzir os impactos do êxodo. “Das 27 atletas, 26 tinham propostas de equipes de outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, eles criaram uma seleção que fica constantemente reunida. Com isso, estão preenchendo os espaços na liga com atletas de outros países. E se tivéssemos tanta gente fora, ficaríamos limitados às datas Fifa. Tivemos 11 desfalques no Sul-Americano, sendo oito titulares, porque a competição não foi disputada em datas Fifa”, relatou Maia.

Ao contrário do futebol masculino, contratações de atletas no feminino não envolvem dinheiro. A CBF paga apenas os salários – em equipes que disputam o Campeonato Brasileiro da modalidade, os maiores vencimentos giram em torno de R$ 2,5 mil mensais.

A CBF não divulgou detalhes sobre o modelo de contrato com as atletas da seleção permanente, mas trabalhará com uma margem para incluir ou cortar jogadoras de acordo com o rendimento. “Não podemos admitir coisas como indisciplina ou acomodação. Isso pode acontecer, e por isso temos de pensar em reposição”, afirmou o coordenador. O grupo será revalidado semestralmente.

O futebol feminino tem um custo anual de R$ 5 milhões no atual plano de gestão da CBF, e a seleção permanente está incluída nesse montante. A entidade tenta encontrar agora uma forma de abarcar também a contratação de Marta, eleita pela Fifa a melhor jogadora do planeta em cinco temporadas.

“Faria todo sentido para nós. Seria fantástico, mas é algo que depende de uma série de fatores”, finalizou Maia.