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Um divórcio "que deu certo": a ex-mulher cuida da carreira de Dani Alves

Karla Torralba e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 06h00

Um relacionamento longo e com filhos não termina de um dia para outro, mesmo após a separação. Muitos casais separados até convivem bem como amigos. Mas e se o futuro da carreira profissional de um dos lados estiver nas mãos do ex?  E ainda tudo com muita confiança,  profissionalismo e nada de recaídas. Isso é possível e funciona com um dos mais famosos jogadores do futebol mundial: Daniel Alves.

A carreira do lateral do Barcelona é toda administrada por Dinorah Santa Ana , ex-mulher de Daniel. Os dois ficaram juntos por 10 anos, têm dois filhos pequenos – Daniel, 8, e Vitória, 7 - e convivem extremamente bem juntos.  Dinorah é quem manda e desmanda na carreira do jogador como empresária e amiga. Mora a poucos quarteirões da casa do antigo marido, em Barcelona.

“Toda questão profissional do Daniel é comigo, o que não é comigo são empresas que eu não sou sócia, mas também é lavrado no nosso escritório temos uma equipe que dá suporte tanto para ele quanto pra mim. O casamento não deu certo, mas o segredo é pensar no que fica. Foram muitos anos juntos e a gente é amigo. Estamos aqui um para ajudar ao outro, para o que der e vier”, comentou Dinorah em entrevista ao UOL Esporte.

Dinorah conheceu o futebol e se tornou uma empreendedora do mundo da bola depois de conhecer Daniel Alves, aos 19 anos. Até então, a jovem não entendia nada de futebol e nem sabia quem era o lateral quando começou a sair com ele. “Antes de conhecer o Daniel eu tinha ido uma vez a um estádio com uma tia, torcedora do Vitória. Conheci o Daniel através de um amigo em comum, mas não teve nada a ver com o futebol. Eu nem sabia se ele era mesmo jogador do Bahia”, relembrou.

Dinorah - Divulgação - Divulgação
Dinorah é dona do Unió Sant Andreu, com 96% das ações do clube
Imagem: Divulgação

No entanto, a partir do momento em que o relacionamento ficou sério e Daniel Alves começou a crescer profissionalmente, Dinorah passou a ser esposa, mãe, amiga e o principal braço profissional do jogador. “Eu tive que viver a carreira dele. Eu sei que a carreira de futebol é curta então quando o Daniel chegou a Sevilha (2002), eu disse para ele que a gente teria que  tentar o máximo possível para ver as coisas, porque a carreira é muito curta”, explicou.

Dinorah largou o emprego em um banco e a faculdade de economia no Brasil e se tornou empreendedora a partir do momento que começou a viver na Espanha com Daniel Alves. Ela tem uma empresa de gerenciamento de carreira de atletas e é empresária de vários jogadores.

A ex-mulher de Dani Alves garante que o fato de gerenciar a carreira do marido como empresária não atrapalhou o casal na parte amorosa e que hoje, mesmo juntos profissionalmente há zero recaídas. “Nós sempre trabalhamos juntos e isso não atrapalhou. Eu sabia que tinha que viver a carreira dele. Agora somos amigos, nada mais que isso”, ressaltou.

O profissionalismo de Dinorah em relação à carreira de Daniel Alves também não permite que ela conte o rumo do jogador, que pode sair do Barcelona.

“Estamos esperando para decidir o que realmente a gente vai fazer. Não tenho uma decisão tomada. Ele ficou muitos anos aqui (Barcelona). Ele tem os filhos dele aqui, mas também pode ser que seja uma nova etapa profissional na carreira dele então agora não dá pra saber o que vai acontecer. Ele tem contrato até junho de 2015”, finalizou.

Apesar de manter contato profissional e pessoal muito próximo a Daniel Alves, ela alerta que não precisa pedir autorização ou conselhos sobre seus negócios ao jogador, como foi o caso de comprar um time catalão em 2014. Dinorah decidiu comprar o  Unió Esportiva Sant Andreu, da terceira divisão espanhola.

Dinorah é dona de 96,23% das ações do Sant Andreu e o restante, como ela mesma explica, é de outros acionistas. Agora, como se não bastasse a carreira de Daniel Alves e outros boleiros, ela também administra tudo do clube, menos a parte esportiva, a qual fica com seus assessores.

“Tem várias pessoas que estão abrindo este tipo de negócio. Já são seis meses nessa nova etapa e está indo muito bem. Eu comprei de um ex-acionista, sou o maior acionista. Se eu não tivesse entrado com o trabalho, o clube teria desaparecido. Realmente o clube estava com a situação de fechar as portas. Deviam oito meses de salários para os trabalhadores, nós temos 600 crianças na base, por exemplo. Tudo isso iria desaparecer”, contou.