A diferença entre Alvaro e Clemente: SP perde um e gasta R$ 2,5 mi em outro
O São Paulo liberou na tarde de quinta-feira o lateral esquerdo Alvaro Pereira, emprestado pela Inter de Milão (ITA), para o Estudiantes (ARG). Segundo o clube, a rescisão do contrato que ainda valeria até junho só aconteceu porque houve uma compensação financeira. Alvaro sai do São Paulo para receber salário menor na Argentina e expõe distinção com outro estrangeiro que ainda está no Morumbi, mas não joga: Clemente Rodríguez não aceita ofertas menores e curte o afastamento em Cotia, nas categorias de boa. Na balança são-paulina, dois reforços a menos e uma despesa de R$ 2,5 milhões com o argentino que não joga.
A saída do uruguaio que chegou a viver o início de uma história de ídolo no Morumbi em 2014 acontece após discordâncias com a diretoria do clube e expõe uma posição na qual o São Paulo não precisaria se reforçar. Já Clemente Rodríguez, contratado pelo São Paulo em junho de 2013, foi muito além de discordâncias com a diretoria – rejeitado por diferentes comissões técnicas, afastado e satisfeito. Teve propostas para sair e preferiu ficar.
Clemente chegou como solução para um setor que tinha Cortez e Juan afastados, Carleto lesionado e apenas Reinaldo como opção. Com salários de R$ 130 mil, ele ainda ganhou luvas e benefícios do clube, que aumentam a despesa total para mais de R$ 2,5 milhões até aqui.
Em campo, o argentino fracassou totalmente com a camisa do São Paulo. Foram três jogos – com uma expulsão – em mais de um ano e meio de clube, até aqui. Neste período, Clemente conheceu melhor o CT de Cotia do que o CT da Barra Funda. Treina afastado do elenco desde o início de abril de 2014.
O destino de Clemente só não foi o mesmo de Alvaro, que agora volta a jogar na Argentina, porque o ex-lateral do Boca Juniors não tem mais mercado, mesmo sendo opção mais barata. Até houve opções para sair antes, segundo a diretoria do São Paulo, mas o argentino não aceitou rescindir o contrato no Brasil para ganhar menos no país natal. Preferiu aproveitar o vínculo que o São Paulo lhe propôs ainda na gestão de futebol do ex-diretor Adalberto Baptista.
Alvaro Pereira, pelo contrário, preferiu quebrar o contrato. Vai para o Estudiantes recebendo menos do que ganhava no São Paulo, mas com ambições profissionais maiores. Em dezembro, segundo fontes do futebol são-paulino, o uruguaio expôs à diretoria que gostaria de um novo contrato porque o vigente, de empréstimo vindo da Inter de Milão, terminaria antes do fim da Libertadores. Seu único objetivo no clube, então, não poderia ser cumprido. Ele, no entanto, ouviu que não teria o empréstimo renovado, não seria contratado definitivamente e ainda viu Carlinhos ser contratado. Decidiu sair.
Alvaro Pereira não teve uma grande passagem pelo São Paulo, mas deixou muitos fãs. A cena do que poderia ser o início da história de idolatria aconteceu em 2 de agosto de 2014: em jogo contra o Criciúma, no Morumbi, pelo Brasileirão, Alvaro dividiu uma bola de cabeça, desmaiou com o choque, saiu de campo, gritou pedindo para voltar, aplicou um carrinho, roubou uma bola e criou a jogada do gol de Alan Kardec. Tudo em sequência, em poucos minutos. Ao fim da partida – que acabou empatada – o Morumbi explodiu em gritos exaltando o uruguaio.
Neste 22 de janeiro, Alvaro se despediu dos companheiros de CT sem ser ídolo do São Paulo, mas saindo pela porta da frente. Agora, resta ao São Paulo solucionar o novo problema sem o lateral esquerdo.
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