Corinthians quer contratar mais alguém. Qual setor mais precisa de reforço?

O Corinthians já contratou Cristian, Steven Mendoza, Edílson e Edu Dracena, todos a custo zero. Sem abrir o bolso, o clube do Parque São Jorge quer mais, mas faz mistério. Em entrevista na última quinta, Edu Gaspar deixou claro que não revelará quem está na mira, mas que segue de olho no mercado.

Além dos negócios já fechados, o Corinthians já fez outras incursões ao mercado na atual janela, algumas sem sucesso. A seguir, o UOL Esporte analisa o elenco alvinegro posição por posição e mostra em qual lugar do time caberia um reforço.

Camisa 1

A começar pelo gol. Pela primeira vez em anos, Júlio César e Danilo Carvalho não estarão no dia a dia do Corinthians. Os pratas da casa já não estavam nos planos do clube há anos e não tiveram seus contratos renovados, o que mudou o panorama da posição.

Hoje Tite tem Cássio e Walter como principais opções. O primeiro é titular incontestável desde 2012 e é um dos maiores ídolos da torcida. O segundo, por sua vez, fez ótimo papel em 2013, quando passou quase um semestre inteiro como titular e deu conta do recado.

As outras duas opções são Matheus Vidotto e Zé Guilherme. O primeiro, mais velho, treina com os profissionais desde o começo de 2013 e é visto internamente como um jovem de potencial. A confiança fez com que a diretoria convencesse o jogador a ficar mais um ano na reserva. Ao lado de Zé Guilherme, dá a profundidade que o elenco precisa no caso de algum imprevisto.

Em tese, o Corinthians não precisaria de novos goleiros, mas não seria a primeira tentativa do clube. No começo da atual janela de transferências, ainda em 2014, o grupo de Roberto de Andrade, candidato da situação à sucessão presidencial, tentou emplacar Danilo, da Chapecoense, no time de Tite.

Na época, Mário Gobbi barrou o negócio por questões políticas, já que não via necessidade de um reforço no setor. Um mês depois, o presidente pode ter mudado de ideia ou simplesmente ter cedido às pressões do grupo de Roberto, com quem o atual mandatário não se dá bem.

Pelos lados

Os lados do campo também já mereceram atenção da diretoria no atual mercado da bola. A diretoria renovou com Fagner a despeito de uma rixa com Carlos Leite, empresário do jogador, e acertou a chegada de Edilson, ex-Botafogo.

O primeiro é visto como um jogador instável, com falhas principalmente na parte defensiva. A chegada de Edilson, inclusive, se explica em partes por isso. Bom nas bolas paradas, o lateral tem uma fama que o precede: foi dispensado seis vezes na carreira, muitas delas por indisciplina.

Do lado esquerdo, Fábio Santos é um segundo jogador há mais tempo no time titular do Corinthians e teve seu contrato recém-renovado. É um dos capitães e líderes do elenco. Para o seu lugar, a diretoria aposta em Guilherme Arana, talento da base que passou 2014 inteiro à espera de uma chance que não veio. Uendel foi usado mais vezes por Mano e deve ser o reserva imediato também com Tite.

Com cinco opções para duas vagas disponíveis, o Corinthians não precisaria, de novo em tese, de reforços. Um lateral direito de talento inquestionável cairia bem, mas o mercado fraco da posição e os cofres do clube não são avalistas para qualquer tipo de negócio.

Miolo de zaga

Como o UOL Esporte mostrou na última quinta, o setor foi o mais sucateado do Corinthians desde a saída de Tite em 2013. No período, o clube perdeu Paulo André e Cleber e só contratou Anderson Martins, que por sua vez já saiu.

Com Edu Dracena já devidamente apresentado,  o problema parcial já está parcialmente sanado e Gil tem um novo parceiro para a disputa da Libertadores. Felipe, que herdaria a vaga de Anderson Martins, divide opiniões no clube, desperta temor na torcida por falhas do passado e deve voltar à condição de reserva.

Além dele, Tite ainda terá Pedro Henrique, que treina há um ano com os profissionais mas nunca teve chances com Mano, e Yago, mais velho e igualmente sem espaço no profissional até agora.

Embora tenha acabado de ser reforçado, a zaga ainda não é o setor mais seguro de Tite. Gil tem sido convocado para a seleção brasileira e Edu Dracena tem 33 anos e um histórico de lesões. Não trazer reforços para a posição poderia forçar Tite a escalar Felipe, algum garoto ou ter de improvisar Ralf no local, o que não agrada nem jogador nem treinador.

Marcação no meio

Hoje não faltam volantes ao Corinthians. Os titulares são Ralf, ídolo da torcida e multicampeão pelo clube, e Elias, que não fez um bom 2014, mas também tem boa relação com o público. Os dois têm passagem pela seleção, são polivalentes e têm a confiança de Tite.

Bruno Henrique, em tese, seria o primeiro da fila. O volante ex-Lusa foi muito bem sob o comando de Mano Menezes e chegou a ameaçar o posto de Ralf por apresentar melhor saída de bola. Cristian, outro velho conhecido da torcida, chegou no atual mercado da bola com salário alto e seis meses de inatividade, mas também gera grande expectativa pelo sucesso da primeira passagem.

Além de todas essas opções de ponta, o Corinthians ainda poderia improvisar com qualidade no setor com Petros, Lodeiro e até Renato Augusto, que já ocuparam funções semelhantes em algum momento. Ainda assim, a diretoria deu sinais de que quer mais volantes.

Em dezembro, o Corinthians esteve bem perto de fechar com Jonas, do Sampaio Corrêa-MA. De novo, pesou a guerra política interna e a atual direção, com Mário Gobbi à frente, prevaleceu sobre o candidato da situação, Roberto de Andrade.

Armação

Hoje o Corinthians tem seis opções para o meio-campo. A princípio, os titulares são Renato Augusto, preparado para ser a grande estrela da companhia, e Lodeiro, que ocupa a lateral do campo no esquema de Tite.

Na reserva, o forte do elenco alvinegro é a polivalência. Danilo joga em praticamente todas as posições da armação, mas já não suporta mais a sequência pesada de jogos. Petros, igualmente, pode cumprir diferentes funções, com a vantagem de ser melhor defensivamente que a média.

O diferencial é Jadson. Com estilo diferente dos demais, ele dá cadência e pode melhorar o passe do time, mas não estourou em 2014. Na atual janela, esteve perto de fechar com o Flamengo, mas foi convencido por Tite a ficar.

Ao mesmo tempo, o Corinthians sondou Conca, que encaixaria exatamente naquele setor e não fechou por falta de dinheiro. Uma nova opção de meia no estilo de Jadson, ou até um jogador de lado de campo como Lodeiro, poderiam estar nos planos do Corinthians.

Artilharia

No ataque, o Corinthians voltou momentaneamente para 2012, com Guerrero vivendo seu melhor momento da carreira e Emerson de volta, tentando voltar aos velhos tempos.

A dupla começou como titular na pré-temporada, mas o Sheik deve ter seu lugar ameaçado em breve por Malcom, que está com a seleção sub-20 no Sul-Americano da categoria. Além do jovem prodígio, o Corinthians ainda tem Luciano e Romero, que vivem altos e baixos, mas não se firmaram.

Pela terceira vez, o Corinthians tem um setor recheado de opções que variam entre razoável (caso de Romero) e ótima (Guerrero). No atual mercado da bola, porém, o clube já foi com unhas e dentes atrás de Dudu, que acabou fechando com o Palmeiras.

Um atacante rápido como o ex-gremista ou um reserva para Guerrero, portanto, poderiam cair bem no plantel de Tite.